sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Automação comercial alavanca negócios

Junia Leticia

Agilizar vendas, controlar o fluxo de negócios e conhecer bem os clientes. Esta é a meta de toda empresa, independente de seu porte. Para facilitar estes processos, a automação comercial, um dos setores mais promissores para o mercado de tecnologia da informação, tem sido cada vez mais utilizada e as perspectivas para 2010 são ainda melhores.

Segundo dados da Confederação Nacional do Co¬mércio (CNC), a previsão é de que em 2010 as vendas no comércio cresçam entre 8% e 9%. Além disso, Belo Horizonte vai ganhar este ano pe¬lo menos 337 lojas em sete sho¬ppings. Pes¬quisa feita pela Federação do Comércio de Minas Gerais (Fecomércio) em dezembro indica um cenário favorável para a TI voltada para a automação comercial. Pelo levantamento, 65% dos lojistas da capital confirmaram que têm planos de investi¬mento no comércio em 2010.

Informatizar processos de controle e operações manuais, que passam a operar via sistemas é um dos caminhos para alavancar negócios. Conforme o vice-presidente de Articulação da Associação das Empresas Brasileiras de Tecnologia da Informação de Minas Gerais (Assespro-MG), diretor da CDL-BH e presidente da ATS Informática, Geovanne Teles, estes sistemas podem ser utilizados em qualquer negócio. “Emitir NF via Cupom Fiscal e fazer o controle de estoque são alguns exemplos. Tudo o que você imaginar pode ser automatizado”, conta.

De profissionais liberais a donos de empresas. Todos os setores da economia podem ser automatizados. “De taxistas a grandes empresários. Hoje há milhares de táxis nas grandes cidades que possuem sistema para emissão de recibo de corrida e pagamento com cartão de crédito”, exemplifica Geovanne Teles.

Os benefícios da automação comercial atingem toda a cadeia produtiva, segundo ele. “Por meio do sistema, os empresários reduzem custos operacionais e fixos que não agregam valor ao seu negócio e os profissionais de TI têm um aumento significativo nas oportunidades de trabalho”, diz Geovanne Teles. Além disso, há o fortalecimento do segmento de TI e geração de empregos. “Com isso, muda-se a face e a qualificação do emprego, antes operacional, para um patamar mais qualificado e melhor remunerado”, acrescenta.

O avanço do desenvolvimento da automação comercial no Estado já coloca Minas Gerais em posição de destaque. “Segunda maior força de TI do Brasil, parte desta colocação se deve a empresas que trabalham e geram soluções para automação comercial, cerca de 25% das instituições de TI”, informa Geovanne Teles.

Entre as razões para a posição de destaque estão mão de obra altamente qualificada e mercado pulverizado, por isto, altamente competitivo. “Esta competição não só reduz os custos para o mercado consumidor, mas principalmente eleva o nível das soluções e inovações”, analisa. Ele completa dizendo que o forte apoio dos governos estadual, municipal, de instituições como Sebrae-MG e a organização do segmento por entidades de classe como Assespro-MG, Fumsoft, Sind Infor e Sucesu-MG consolidam a TI mineira.

E as perspectivas para os próximos anos são ainda mais promissoras, conforme Geovanne Teles. A previsão é de que haja um crescimento médio anual de 15% a 20% no setor. “A expectativa é que se tenha a consolidação do mercado com a entrada de grandes players, exigindo um viés mais alinhado com gestão do que puramente automação em suas soluções.”

Funcionamento – No setor de bares e restaurantes, por exemplo, a automatização do processo de atendimento dos pedidos de mesa, balcão e, principalmente, entregas em domicílio agilizam o trabalho. O diretor de Tecnologia da Infosistemas, Marcelo Alvarenga de Almeida observa que neste setor as vendas são muito concentradas em um curto intervalo de tempo. “Por isso, a automação desses estabelecimentos traz resultados efetivos que transformam o negócio.”

Por meio do módulo de call center, os pedidos para entrega são lançados no sistema e enviados eletronicamente para o local de preparação da refeição, mesmo que em outro endereço físico. “Os pedidos são apresentados em monitores LCD instalados na cozinha orientando os funcionários do setor na preparação dos pratos. Cada vez que a cozinha confirma a produção de um prato, o estoque dos ingredientes é automaticamente baixado do estoque”, conta Marcelo Alvarenga.

No caso de delivery, o diretor de Tecnologia da Infosistemas diz que, após concluída a etapa de produção, o sistema faz a expedição do pedido utilizando outro monitor LCD. “Nesta tela é mostrado ao entregador (motoboy) o mapa do endereço do cliente para a entrega do pedido”, explica.

As vantagens da utilização da automação comercial especificamente neste caso são muitas, porém podem ser resumidas em apenas uma, como aponta Marcelo Alvarenga: “fazer o restaurante funcionar como uma indústria de transformação de alimentos (insumos) em pratos prontos para o consumo. Cada etapa desse processo é controlada pelo software, trazendo um aumento significativo de produtividade e controle, em um ramo de atividade tradicionalmente pouco automatizado.”

Com a implantação do sistema, há um controle efetivo do estoque, minimizando desperdícios, extravios e pequenos furtos dos insumos. “Com a automação da cozinha, ocorre naturalmente um aumento da capacidade produtiva, permitindo ao restaurante atender a um número maior de pedidos, utilizando-se da mesma equipe de colaboradores”, conta Marcelo Alvarenga.

Agilidade – Outro segmento em que a automação possibilita diferencial competitivo é o de locação de veículos. O coordenador de Tecnologia da Informação da Yes Rent a Car Franchising, Saulo Gomes Ker, fala que o sistema foi adotado para melhorar o gerenciamento das locadoras. “Buscamos uma solução pronta no mercado, que foi adaptada à nossa Rede, com informações corretas, em tempo real e padronizadas, aumentando a produtividade e melhorando a tomada de decisões.”

Segundo ele, o sistema possui vários recursos, como cadastro de clientes, gerenciamento dos contratos de terceirização de frota, contratos diários, manutenção da frota, controle de multas, abastecimentos, módulo financeiro e diversos relatórios, oferecendo uma visão melhor do negócio. “Além disso, conseguimos reduzir significativamente nossos custos de comunicação, com uma grande melhoria e agilidade no atendimento ao cliente, tornando a nossa Rede mais competitiva. A tecnologia da informação passou fazer parte do negócio e não um custo, como era visto”, completa Saulo Ker.

Para o sucesso do sistema, todos os profissionais da Yes Rent a Car foram envolvidos. “Um sistema, por melhor que seja, depende da participação de todos. A maioria dos fatores de sucesso na implantação de um sistema de informação envolve aspectos relacionados às pessoas, como comportamento gerencial, estrutura organizacional e a capacitação dos indivíduos”, ressalta Saulo Ker. Conforme ele, para isso foram tomados cuidados, como a seleção dos profissionais certos, criação de manuais e informativos e a realização de diversos treinamentos.

Informatização de processos

Júnia Leticia

Presente em todas as áreas da sociedade, a tecnologia da informação tem sido um importante instrumento para profissionais que têm de se manter em constante aprendizado. Um exemplo disso são soluções desenvolvidas para otimizar o trabalho de advogados. Agilidade, concentração da informação, alta produtividade e objetividade nos serviços de pesquisa de informação jurídica são alguns dos benefícios oferecidos por estes softwares.

O professor de Gestão de Escritórios da Faculdade Ibmec, diretor executivo do Grupo Novaprolink de TI e do site Universo Jurídico, Marcelo Castanha explica que os softwares jurídicos podem ser divididos basicamente em dois segmentos: de informação e de gestão. “Os primeiros são aqueles destinados a prover informações relevantes para a elaboração do serviço advocatício”, conta.

Segundo Marcelo Castanha, estes softwares contêm, geralmente, base de informações de jurisprudência, doutrinas, legislação, prática processual, modelos de contratos e notícias acerca de eventos jurídicos. “Além de outras que possam embasar o profissional na hora de elaborar suas peças, pareceres, contratos, entre outras.”

Os softwares de gestão, por sua vez, são aqueles destinados a gerir áreas afins, além do negócio jurídico, como a financeira, a administrativa, a contábil e a comercial. “Os softwares de gestão de escritórios de advocacia e jurídico de empresas são ferramentas indispensáveis para o controle, organização e produtividade destas organizações, buscando facilitar o dia-a-dia do profissional do Direito”, aponta o professor.

Uma realidade e urgência para quem está começando ou para quem já tem o seu negócio consolidado, os softwares jurídicos são essenciais para a organização dos processos. “Na prática, os softwares de informação substituem os livros, os códigos, enfim, são verdadeiras bibliotecas jurídicas, nas quais são feitas pesquisas em um grande volume de dados, por meio da utilização de ferramentas de busca textual”, fala Marcelo Castanha.

No caso dos softwares de gestão, eles unificam toda uma operação, eliminando a necessidade de controles apartados em planilhas e softwares diversos, como conta o professor. “Chegando até mesmo a dispensar a necessidade de arquivos físicos que são digitalizados e integralizados junto a todas as informações pertinentes para o escritório.”

Consultor jurídico da Associação das Empresas Brasileiras de Tecnologia da Informação de Minas Gerais (Assespro-MG), Paulo Henrique da Silva Vitor, em seu escritório, faz uso de um sistema que pode ser utilizado em rede, com a manutenção de um banco de dados único. “Ele possui, ainda, um mecanismo que interliga as filiais, de modo que cada uma tem acesso ao banco de dados da outra.”

Precisão nas informações – De acordo com Marcelo Castanha, são inúmeras as vantagens de se utilizar sistemas jurídicos. No caso dos softwares de informação, ele diz que a assertividade dos dados que são atualizados diariamente e a velocidade com que eles podem ser encontrados evita erros junto ao judiciário e possibilita ganho de tempo para o advogado. “Refletindo diretamente na satisfação do cliente final.”

Com relação aos softwares de gestão, o professor fala que há uma verdadeira revolução, já que estas soluções possibilitam a profissionalização da gestão do negócio jurídico. “A gestão é fundamental para planejar o futuro, e sem um software que forneça dados necessários para a tomada de decisão, o crescimento do advogado ou do escritório acaba por ficar comprometido”, analisa Marcelo Castanha.

A utilização de softwares de informação também têm como vantagem a prevenção jurídica, evitando gastos causados por erros de utilização em caso, por exemplo, de normas revogadas ou alteradas. “Além disso, a velocidade do acesso à informação otimiza o tempo do profissional empenhado no desenvolvimento do serviço jurídico.”

O advogado Paulo Henrique da Silva Vitor aponta que entre os maiores benefícios destes sistemas estão a organização do escritório, já que eles possuem módulos jurídicos, administrativos, financeiros, dentre outros. “A possibilidade de disponibilizar aos clientes informações atualizadas dos processos pela própria internet, facilitando o acompanhamento e a consulta de todos os processos cadastrados, em todos os tribunais do país são outras vantagens.”

Conforme Marcelo Castanha, os softwares de gestão, por sua vez, auxiliam na redução de custos com pessoal, no controle de reembolso de gastos com clientes, na inadimplência, nos prazos processuais. “Enfim, no resultado do negócio jurídico, apurando de forma analítica o lucro ou prejuízo do escritório, de uma área e até mesmo de um só processo ou serviço”, completa. Segundo ele, softwares de gestão são fundamentais até mesmo para traçar as diretrizes estratégicas do negócio jurídico.

Futuro – O professor diz que, nos próximos anos, prevê, principalmente no que se refere aos softwares de gestão, a necessidade de desenvolvimento de ferramentas para outras áreas do escritório de forma a tratar as lacunas existentes entre a operação principal, que é a jurídica e as demais áreas. “Outros softwares já existentes, como os de captura de publicações, cálculos, gerenciamento eletrônico de documentos e outros deverão ser integrados à solução principal do escritório, respeitando a tendência de se ter tudo o que é preciso em um só lugar.”

Marcelo Castanha chama a atenção, ainda, para o uso de soluções caseiras ou softwares desenvolvidos sob medida, em virtude da dificuldade de atualização e manutenção deste modelo. “A tendência é a busca por softwares profissionais por causa da redução dos custos de manutenção e atualização, acesso a tecnologias e inovações do mercado jurídico como diferencial atrativo de clientela, segurança na continuidade dos serviços, velocidade no acesso à informação e valorização da estrutura organizacional frente aos clientes e ao mercado.”

Para obter a indicação de softwares jurídicos, basta acessar o Tecnoportal (www.tecnoportal.org.br), catálogo online de produtos e serviços de informática.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Automação comercial alavanca negócios

Júnia Leticia

Agilizar vendas, controlar o fluxo de negócios e conhecer bem os clientes. Esta é a meta de toda empresa, independente de seu porte. Para facilitar estes processos, a automação comercial, um dos setores mais promissores para o mercado de tecnologia da informação, tem sido cada vez mais utilizada e as perspectivas para 2010 são ainda melhores.

Segundo dados da Confederação Nacional do Co¬mércio (CNC), a previsão é de que em 2010 as vendas no comércio cresçam entre 8% e 9%. Além disso, Belo Horizonte vai ganhar este ano pe¬lo menos 337 lojas em sete sho¬ppings. Pes¬quisa feita pela Federação do Comércio de Minas Gerais (Fecomércio) em dezembro indica um cenário favorável para a TI voltada para a automação comercial. Pelo levantamento, 65% dos lojistas da capital confirmaram que têm planos de investi¬mento no comércio em 2010.

Informatizar processos de controle e operações manuais, que passam a operar via sistemas é um dos caminhos para alavancar negócios. Conforme o vice-presidente de Articulação da Associação das Empresas Brasileiras de Tecnologia da Informação de Minas Gerais (Assespro-MG), diretor da CDL-BH e presidente da ATS Informática, Geovanne Teles, estes sistemas podem ser utilizados em qualquer negócio. “Emitir NF via Cupom Fiscal e fazer o controle de estoque são alguns exemplos. Tudo o que você imaginar pode ser automatizado”, conta.

De profissionais liberais a donos de empresas. Todos os setores da economia podem ser automatizados. “De taxistas a grandes empresários. Hoje há milhares de táxis nas grandes cidades que possuem sistema para emissão de recibo de corrida e pagamento com cartão de crédito”, exemplifica Geovanne Teles.

Os benefícios da automação comercial atingem toda a cadeia produtiva, segundo ele. “Por meio do sistema, os empresários reduzem custos operacionais e fixos que não agregam valor ao seu negócio e os profissionais de TI têm um aumento significativo nas oportunidades de trabalho”, diz Geovanne Teles. Além disso, há o fortalecimento do segmento de TI e geração de empregos. “Com isso, muda-se a face e a qualificação do emprego, antes operacional, para um patamar mais qualificado e melhor remunerado”, acrescenta.

O avanço do desenvolvimento da automação comercial no Estado já coloca Minas Gerais em posição de destaque. “Segunda maior força de TI do Brasil, parte desta colocação se deve a empresas que trabalham e geram soluções para automação comercial, cerca de 25% das instituições de TI”, informa Geovanne Teles.

Entre as razões para a posição de destaque estão mão de obra altamente qualificada e mercado pulverizado, por isto, altamente competitivo. “Esta competição não só reduz os custos para o mercado consumidor, mas principalmente eleva o nível das soluções e inovações”, analisa. Ele completa dizendo que o forte apoio dos governos estadual, municipal, de instituições como Sebrae-MG e a organização do segmento por entidades de classe como Assespro-MG, Fumsoft, Sind Infor e Sucesu-MG consolidam a TI mineira.

E as perspectivas para os próximos anos são ainda mais promissoras, conforme Geovanne Teles. A previsão é de que haja um crescimento médio anual de 15% a 20% no setor. “A expectativa é que se tenha a consolidação do mercado com a entrada de grandes players, exigindo um viés mais alinhado com gestão do que puramente automação em suas soluções.”

Funcionamento – No setor de bares e restaurantes, por exemplo, a automatização do processo de atendimento dos pedidos de mesa, balcão e, principalmente, entregas em domicílio agilizam o trabalho. O diretor de Tecnologia da Infosistemas, Marcelo Alvarenga de Almeida observa que neste setor as vendas são muito concentradas em um curto intervalo de tempo. “Por isso, a automação desses estabelecimentos traz resultados efetivos que transformam o negócio.”

Por meio do módulo de call center, os pedidos para entrega são lançados no sistema e enviados eletronicamente para o local de preparação da refeição, mesmo que em outro endereço físico. “Os pedidos são apresentados em monitores LCD instalados na cozinha orientando os funcionários do setor na preparação dos pratos. Cada vez que a cozinha confirma a produção de um prato, o estoque dos ingredientes é automaticamente baixado do estoque”, conta Marcelo Alvarenga.

No caso de delivery, o diretor de Tecnologia da Infosistemas diz que, após concluída a etapa de produção, o sistema faz a expedição do pedido utilizando outro monitor LCD. “Nesta tela é mostrado ao entregador (motoboy) o mapa do endereço do cliente para a entrega do pedido”, explica.

As vantagens da utilização da automação comercial especificamente neste caso são muitas, porém podem ser resumidas em apenas uma, como aponta Marcelo Alvarenga: “fazer o restaurante funcionar como uma indústria de transformação de alimentos (insumos) em pratos prontos para o consumo. Cada etapa desse processo é controlada pelo software, trazendo um aumento significativo de produtividade e controle, em um ramo de atividade tradicionalmente pouco automatizado.”

Com a implantação do sistema, há um controle efetivo do estoque, minimizando desperdícios, extravios e pequenos furtos dos insumos. “Com a automação da cozinha, ocorre naturalmente um aumento da capacidade produtiva, permitindo ao restaurante atender a um número maior de pedidos, utilizando-se da mesma equipe de colaboradores”, conta Marcelo Alvarenga.

Agilidade – Outro segmento em que a automação possibilita diferencial competitivo é o de locação de veículos. O coordenador de Tecnologia da Informação da Yes Rent a Car Franchising, Saulo Gomes Ker, fala que o sistema foi adotado para melhorar o gerenciamento das locadoras. “Buscamos uma solução pronta no mercado, que foi adaptada à nossa Rede, com informações corretas, em tempo real e padronizadas, aumentando a produtividade e melhorando a tomada de decisões.”

Segundo ele, o sistema possui vários recursos, como cadastro de clientes, gerenciamento dos contratos de terceirização de frota, contratos diários, manutenção da frota, controle de multas, abastecimentos, módulo financeiro e diversos relatórios, oferecendo uma visão melhor do negócio. “Além disso, conseguimos reduzir significativamente nossos custos de comunicação, com uma grande melhoria e agilidade no atendimento ao cliente, tornando a nossa Rede mais competitiva. A tecnologia da informação passou fazer parte do negócio e não um custo, como era visto”, completa Saulo Ker.

Para o sucesso do sistema, todos os profissionais da Yes Rent a Car foram envolvidos. “Um sistema, por melhor que seja, depende da participação de todos. A maioria dos fatores de sucesso na implantação de um sistema de informação envolve aspectos relacionados às pessoas, como comportamento gerencial, estrutura organizacional e a capacitação dos indivíduos”, ressalta Saulo Ker. Conforme ele, para isso foram tomados cuidados, como a seleção dos profissionais certos, criação de manuais e informativos e a realização de diversos treinamentos.

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Inteligência Competitiva gera vantagem na gestão estratégica

Júnia Leticia

O acirramento crescente da concorrência levou os gestores das empresas a repensarem suas práticas a fim de se tornarem mais competitivos. Com isso, surgiu o conceito de Inteligência Competitiva, desenvolvido na década de 1990, nos Estados Unidos. Apesar de não ser nova, a ideia ganhou força de 2005 para cá, depois da crise financeira mundial de 2008.

Segundo o doutor em Ciência da Informação, especialista em Administração Financeira e professor de cursos de graduação e pós-graduação da Universidade Fumec, Rodrigo Baroni, os primeiros estudos relacionados à Inteligência Competitiva (IC) foram na área militar. “Atualmente, é um campo multidisciplinar, com contribuições das áreas de Marketing, Planejamento Estratégico, Tecnologia da Informação e Gestão da Informação e do Conhecimento”, conta.

Rodrigo Baroni diz que hoje a Inteligência Competitiva funciona como um radar do ambiente de negócios como um todo para prever mudanças políticas, econômicas, sociais, tecnológicas, ambientais e regulatórias. “Permite, também, identificar tendências de comportamento dos consumidores, fornecedores e as possibilidades de fusões entre empresas”, conta o professor.

Em outras palavras, este conjunto de práticas visa fazer com que as organizações se antecipem às mudanças antes do concorrente. “Por isso, a área ganhou força depois da crise de 2008, pois algumas empresas que possuíam a IC mais desenvolvida conseguiram se programar melhor para enfrentá-la, ao contrário daquelas que foram surpreendidas com os fatos”, observa Rodrigo Baroni.

Tentar prever as tendências do mercado não deve ser confundido, entretanto, com espionagem industrial, que envolve o uso de técnicas ilícitas para obter informações dos concorrentes, como ressalta Rodrigo Baroni. “Aliás, é importante destacar que boa parte da Inteligência Competitiva é feita com informações públicas, pois o diferencial está na capacidade de análise das informações existentes.”

Um equívoco relativo à gestão cometido pelas empresas é canalizar a maior parte de sua energia para o controle das informações internas. De acordo com o professor, com isso faltam recursos para olhar para fora, coletar e organizar informações sobre o ambiente de negócios. “Pergunte às empresas quanto elas gastaram no mês passado com material de escritório e praticamente todas responderão. Pergunte às mesmas organizações quais foram as principais ações de seus concorrentes depois da crise e poucas terão uma resposta precisa para fornecer”, observa.

Importantes instrumentos para este monitoramento são fornecidos pela TI, principalmente na fase de coleta e disseminação de informações. “Atualmente existem softwares específicos de IC que funcionam como agentes inteligentes, rastreando informações na Web a respeito dos concorrentes, fornecedores, governo, entre outros. Eles podem configurar o software para procurar palavras específicas”, explica Rodrigo Baroni.

No entanto, o professor alerta que a TI não é o componente principal de um projeto de Inteligência Competitiva. “Não adianta coletar um grande volume de informações se a organização não sabe nem o que deve monitorar e nem o que fazer com que foi coletado”, adverte. Neste ponto, o elo da IC com a estratégia corporativa é fundamental, segundo o doutor em Ciência da Computação.

Para sistematizar este processo, Rodrigo Baroni recomenda que a empresa busque uma consultoria especializada. Desta forma, é possível que o projeto siga uma metodologia adequada. “A empresa também pode capacitar internamente seus profissionais por meio de cursos na área”, aponta.

Mudança de mentalidade – A implementação da Inteligência Competitiva requer uma mudança de mentalidade por parte das empresas. Segundo o professor Rodrigo Baroni, as organizações devem perceber que o conjunto de práticas é uma questão de sobrevivência. “Muitas empresas ainda são reativas às mudanças e ficam se perguntando ‘o que aconteceu no nosso negócio?’, ‘por que as vendas caíram?’. Enquanto isso, o concorrente pode já estar faturando em cima das novas oportunidades”, alerta.

Isso ocorre porque, frequentemente, a empresa prefere acreditar em uma visão confortante da concorrência do que em uma imagem real. “Por isso, o projeto deve começar com o convencimento e envolvimento da alta administração da empresa no projeto de IC. Gosto de comparar esse processo com o jogo de xadrez. Uma pessoa comum pensa uma ou, no máximo, duas jogadas na frente. Já um grande mestre enxadrista pensa várias jogadas à frente e antecipa os movimentos do seu adversário”, compara Rodrigo Baroni.

O ciclo da Inteligência Competitiva envolve cinco etapas para ser implementado. A primeira delas, como conta o doutor em Ciência da Computação, é a identificação das necessidades de informação, por meio de entrevistas com os executivos-chave que tomam as decisões estratégicas. “Esta é a etapa mais importante. Depois dela, vem a coleta e tratamento das informações: seleção das fontes de informação mais adequadas para responder as questões empresariais. É a fase do ‘garimpo’”, fala.

A análise final da informação, fase da inteligência propriamente dita, em que as informações coletadas são transformadas em análises significativas, é a terceira etapa. “É um trabalho de ‘ligar os pontos’, pois notícias e fatos, aparentemente sem correlação, podem representar novas tendências e padrões do mercado”, explica Rodrigo Baroni.

Por fim, vêm as fases de disseminação do produto de inteligência e avaliação. “A primeira refere-se à formatação da inteligência gerada em produtos e relatórios no formato, linguagem e frequência desejados pelo tomador de decisão. A segunda é a etapa de feedback, para identificar junto aos executivos se as necessidades foram atendidas e como está sendo o uso prático da IC”, finaliza o professor.

Treinamento – Para mostrar às empresas a importância da Inteligência Competitiva para a gestão estratégica dos negócios, o Bureau de Inteligência, coordenado pela Associação das Empresas Brasileiras de Tecnologia da Informação de Minas Gerais (Assespro-MG), realizará seu primeiro treinamento sobre o tema. O curso será ministrado por Rodrigo Baroni, que mostrará como gerar resultados e vantagens competitivas a partir do uso de ferramentas de monitoramento de mercado e concorrência.

Uma das ações do Arranjo Produtivo Local (APL) de Software da região metropolitana de Belo Horizonte e Viçosa, o Bureau visa contribuir para a competitividade do setor de TI em Minas Gerais por meio de pesquisas, capacitação de pessoas e empresas. Dentro desta perspectiva, a atividade tem como objetivo identificar tecnologias adequadas para o desenvolvimento da Inteligência Competitiva, compreender o seu ciclo e analisar o nível de maturidade de organizações quanto à inteligência competitiva.

Antes mesmo de estar totalmente implantado, o Bureau de Inteligência apresentou seu primeiro trabalho. Durante o IV Encontro Empresarial, promovido em setembro, foi divulgado o resultado da pesquisa Satisfação dos funcionários como fator chave da satisfação dos clientes. Realizada entre os meses de abril e junho, a pesquisa foi aplicada em 41 empresas de TI de Belo Horizonte associadas à Assespro e envolveu 180 funcionários e 180 clientes.

Além disso, neste ano, para fortalecer as atividades do Bureau de Inteligência, a pesquisa que serve como base para o Prêmio Assespro 2009 – antigo Ranking Mineiro de Informática – teve como ênfase a inovação tecnológica. O levantamento mostrará a competitividade como fator essencial para fazer a diferença no mercado. As categorias e faixas de premiação podem ser conferidas na página (http://premio.assespro-mg.org.br). A cerimônia de premiação será realizada em dezembro.

Outra iniciativa neste sentido é o fortalecimento da rede de relacionamento das empresas com instituições de ensino superior. Para isso, a Assespro-MG assinou Acordo de Cooperação Técnica com a Universidade Fumec, que tem como objetivo incentivar o desenvolvimento de dissertações e teses sobre o setor de TI, como conta o presidente da Associação, Ian Campos Martins.

Segundo ele, a Assespro-MG fomentará a participação dos associados e buscará possibilitar o acesso às empresas, tornando-as parceiras na coleta de dados e no desenvolvimento das pesquisas. “Por outro lado, a Face Fumec (stricto sensu), em comum acordo com a Assespro, disponibilizará e divulgará, entre seus professores e alunos, informações de como proceder para realizar estas pesquisas em parceria, incentivando sua execução e operacionalização”, acrescenta o presidente da Assespro-MG. (Junia Letícia)

TI auxilia o desenvolvimento na área de mineração

Júnia Leticia

Com a previsão de investimentos da ordem de US$ 47 bilhões entre 2009 e 2013, o setor de produção mineral brasileiro teve um boom nas atividades nos últimos anos. A estimativa é do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), com base em empresas mineradoras. No entanto, é na área de pesquisa e produção que os softwares se tornam mais úteis, devido às diferenças do processo de mineração em relação a outros processos produtivos.

A análise é feita pelo diretor de Negócios da HCS Tecnologia da Informação, Êdo Linhares Lage. Segundo ele, em todas as atividades, o uso dos recursos da informática são fundamentais, principalmente para a redução de custos. “Começando pela avaliação de uma reserva mineral, a partir de furos de sondagem, passando pelo controle de equipamentos de produção e beneficiamento com suas respectivas necessidades de manutenção, até as atividades de controle de estoque, transporte e embarque do minério para exportação”, conta.

A mudança de mentalidade com relação ao uso da tecnologia no setor de mineração trouxe benefícios com reflexos na economia do país. Antigamente, por ser uma atividade primária, pensava-se que o setor de mineração podia dispensar os avanços tecnológicos, como analisa Êdo Lage. “Hoje, com a necessidade de se produzir em grande escala, com a utilização de equipamentos cada vez mais caros e sofisticados, todas as grandes mineradoras consideram a TI como um recurso estratégico, que recebe cada vez mais investimentos”, ressalta.

O diretor da Associação das Empresas Brasileiras de Tecnologia da Informação de Minas Gerais (Assespro-MG), Kleber Vasconcelos, confirma a importância da TI para a mineração. “Em todos os setores, e principalmente para os que trabalham com commodities, a TI é fundamental na gestão dos custos, no controle efetivo de toda operação, possibilitando vantagem competitiva”, conta. De acordo com ele, como as commodities têm o preço determinado pelo mercado, a margem de lucro poderá ser aumentada significativamente se se conseguir um controle efetivo dos custos de produção, de manutenção e da operação como um todo.

Especificamente para os profissionais que atuam no segmento de mineração, a utilização da TI representa mais informações e recursos de processamento para auxiliar nas decisões, enriquecendo o conhecimento profissional sobre seu setor, como avalia o diretor de Negócios da HCS Tecnologia da Informação. “Na área operacional, significa mais conforto e segurança, já que os equipamentos ficam mais sofisticados”, completa.

Apesar do aumento crescente do emprego da Tecnologia da Informação no segmento, ainda há uma carência de profissionais em algumas áreas do setor. “Em automação industrial, controle operacional integrado, logística de transporte e portuária, existe uma grande demanda não totalmente atendida”, conta Êdo Lage. Já para a avaliação de reserva, conforme ele, controle de manutenção e gestão de equipamentos móveis, há muitos sistemas prontos disponíveis no mercado e com larga utilização.

Após a crise financeira mundial que impactou o setor ano passado, a indústria mineral já retomou o ritmo de crescimento e uma das importantes aliadas para este desenvolvimento é a TI. Atualmente, o Brasil ocupa o segundo lugar na exploração mundial de ferro e o primeiro em nióbio, mineral usado na indústria da aviação, conforme o DNPM. O crescimento de autorizações e concessões emitidas pelo órgão, que chega a 18 mil por ano só para pesquisa, mostra a plena expansão do setor e as boas perspectivas para a TI. Em pesquisa mineral, o setor teve um salto de US$ 70 milhões no ano 2000, para US$ 482 milhões em 2009.

Para o diretor da Assespro-MG, Kleber Vasconcelos, as perspectivas para os profissionais de Tecnologia da Informação no segmento são ainda melhores. “Os profissionais de TI em MG estão sendo cada vez mais reconhecidos tecnicamente e as universidades mineiras que os formam têm uma grande capacidade de formação do técnico para o mercado, e não para o academicismo”, observa.

Soluções – Um dos sistemas mais importantes para o setor de mineração é o de controle de manutenção de equipamentos, e uma razão disso é o significativo custo na produção. “Este sistema deve ajudar na manutenção preventiva e preditiva, fornecer estatística de durabilidade de componentes, controlar o uso de mão de obra e peças de reserva, entre outros”, como explica Êdo Lage. O diretor de Negócios da HCS diz que também são importantes os sistemas como o de avaliação de reserva, controle de despacho de caminhões fora de estrada e controle de estoque/movimentação de minério.

Para desenvolvê-las, os profissionais formados em geologia, engenharia de minas e engenharia de produção conseguem atuar muito bem. Na área de manutenção, os engenheiros mecânicos e eletricistas são mais bem preparados, além dos profissionais da nova mecatrônica, conta Êdo Lage. Já especificamente os de TI, na mineração são bem vindos os profissionais com as especialidades de setores como arquitetura de sistemas e administração de banco de dados. “No entanto, é fundamental que ele adquira conhecimento sobre os processos produtivos do setor, pois estes são bastante diferentes de outros como as indústrias que trabalham com linhas fixas de produção.”

Inteligência Competitiva mapeia setor de TI em Viçosa

Júnia Leticia

Para identificar informações relevantes para os negócios das empresas de TI de Viçosa e região, o Bureau de Inteligência, coordenado pela Associação das Empresas Brasileiras de Tecnologia da Informação de Minas Gerais (Assespro-MG), está aplicando mais uma pesquisa. O objetivo do trabalho é mapear e conhecer as necessidade de informações das empresas do APL de Viçosa e as dificuldades encontradas nestas instituições para adquirir e processar informações para a tomada de decisões.

Uma das ações do Arranjo Produtivo Local (APL) de Software da região metropolitana de Belo Horizonte e Viçosa, o Bureau de Inteligência, visa contribuir para a competitividade do setor de TI em Minas Gerais por meio de pesquisas, capacitação de pessoas e empresas. Segundo o diretor da Assespro-MG e coordenador do APL em Viçosa, Paulo Márcio de Freitas, o principal objetivo da pesquisa é buscar conhecer os "clientes" do setor.

Paulo Márcio de Freitas diz que, como a região possui um foco em software para o agronegócio e recursos naturais e por ser formado essencialmente por pequenas empresas, o Bureau tem um grande potencial de se tornar um grande acelerador do desenvolvimento destas empresas. “Para isto, é necessário conhecer, em detalhes, as características do setor na região, que será possível com a pesquisa. Além disso, a iniciativa facilitará a interface do Bureau de Belo Horizonte com o de Viçosa”, acrescenta.

A análise do mercado de tecnologia da informação por meio de dados e indicadores financeiros informados pelos pesquisados buscará mapear e caracterizar pelo menos 70% das empresas de software de Viçosa, o que representa aproximadamente 20 empresas. “Com isso, será possível conhecer o setor, fazendo com que o Bureau de Inteligência cumpra o seu papel de ampliar a competitividade das empresas”, conta Paulo Márcio de Freitas.

Para os empresários do setor da região, de forma geral, o Bureau para o APL de Viçosa ajudará com o oferecimento de informação e conhecimento para subsidiar os tomadores de decisão das empresas, como esclarece o diretor da Assespro-MG. “O Bureau irá apoiar as empresas a partir da geração e disseminação do conhecimento, prospecções e análise de tendências, contribuindo para o desenvolvimento sustentável das organizações.”

Como possui uma especialização para atividades vinculadas à agropecuária, Viçosa necessitará de informações específicas sobre o setor, que poderão ser obtidas por meio do Bureau de Inteligência da região e complementadas pelas do Núcleo de Belo Horizonte. “Além disso, os Bureaux integrados permitirão uma interação entre as empresas de Viçosa e Belo Horizonte, fortalecendo o setor de software de Minas Gerais no mercado nacional e mundial, dentro de um contexto globalizado”, analisa o diretor da Assespro-MG.

Através do trabalho desenvolvido pelo Bureau, as empresas terão acesso a informações estratégicas e relevantes, antecipando-se às mudanças e oportunidades do setor. Dentro desta perspectiva, a atividade tem como objetivo identificar tecnologias adequadas para o desenvolvimento da Inteligência Competitiva, habilidade de ver além ou de permanecer à frente de seu concorrente, conhecendo o pensamento estratégico do cliente.

O Bureau deve, além de informar, entender a dinâmica das empresas do APL e apontar alternativas, oportunidades e soluções para promover o desenvolvimento do setor e a competitividade das empresas, como enfatiza o coordenador do Bureau de Inteligência do APL de Belo Horizonte e região metropolitana, Ian Campos Martins. “E para mostrar às empresas a importância da Inteligência Competitiva para a gestão estratégica dos negócios, o Bureau ministrará seu primeiro treinamento sobre o tema em Belo Horizonte, nos dias 23 e 24, na Sucesu”, conta.

O treinamento será ministrado pelo doutor em Ciência da Informação, especialista em Administração Financeira e professor de cursos de graduação e pós-graduação da Universidade Fumec, Rodrigo Baroni. Durante o curso, será abordado como gerar resultados e vantagens competitivas a partir do uso de ferramentas de monitoramento de mercado e concorrência.

Apoio do Governo – Núcleo de Inteligência Competitiva organizado para acompanhar o dinamismo do mercado e, ao mesmo tempo, fortalecer a cadeia produtiva dos APLs de Minas Gerais, os Bureaux contam com o apoio do Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Sectes). Este apoio, segundo Paulo Márcio de Freitas, é crucial para que o Bureau se desenvolva.

A Sectes foi responsável pela formulação dos modelos e funcionalidades conceituais dos Bureaux e atualmente desenvolve a coordenação de uma ampla rede destes Núcleos de Inteligência. Segundo a superintendente de Desenvolvimento Científico e Tecnológico da Sectes, Déa Fonseca, os Bureaux são operados em parceira com os Arranjos Produtivos, Pólos de Excelência e de Inovação implantados no Projeto Estruturador APL. “O objetivo é subsidiar a construção e o monitoramento da eficácia das políticas públicas setoriais e a garantia de recursos orçamentários para a operacionalização dessa rede até 2011”, diz.

A superintendente ressalta a importância dos Bureaux de Inteligência para fortalecer o setor de TI, principalmente na região de Viçosa. Segundo ela, estes Núcleos, criados pelo Projeto Estruturador Arranjos Produtivos Locais (APL), oferecem às empresas dos APLs, onde estão implantados, a estruturação de processos sistemáticos de coleta de dados. “Além de possibilitar tratamento, análise e disseminação de informações para obtenção de vantagens competitivas para as empresas vinculadas às suas respectivas áreas de atuação (TI, Eletroeletrônicos e Biotecnologia)”, completa.

Déa Fonseca conta que o monitoramento de informações está focado nas alterações do marco regulatório, compras governamentais (pregões eletrônicos), propriedade intelectual (marcas e patentes), normas técnicas, dentre outros. “Tratamentos tributários, tramitação de projetos de lei e audiências públicas de interesse das empresas dos setores priorizados, além do comportamento do ambiente macroeconômico dos mercados interno e externos são outros focos do monitoramento”, acrescenta.

O objetivo da supervisão dos dados é subsidiar a tomada de decisões de modo a permitir que as empresas dos APLs se antecipem sobre as tendências dos mercados e a evolução da concorrência. “Também possibilita que sejam detectadas e avaliadas as ameaças e oportunidades que se apresentem no seu ambiente de negócios e definam as ações ofensivas e/ou defensivas mais alinhadas às estratégias de suas empresas”, fala a superintendente.

Gestão Comercial garante sucesso nas vendas de TI

Júnia Leticia

Importante instrumento para melhorar o faturamento e a eficácia dos processos de venda, a adoção da gestão comercial pelas empresas é essencial para determinar as principais ameaças e oportunidades que se apresentam às organizações. Fundamental em todos os segmentos de atuação, a definição de estratégias comerciais e de políticas de atuação são essenciais para determinar os principais pontos fortes e fracos das empresas.

Esses foram alguns dos motivos que levaram à participação no terceiro Programa de Gestão Comercial voltado para empresas de Tecnologia da Informação. Resultado de uma parceria entre a Associação das Empresas Brasileiras de Tecnologia da Informação de Minas Gerais (Assespro-MG) como o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Minas Gerais (Sebrae-MG), por meio do Arranjo Produtivo Local (APL), o trabalho teve início em julho deste ano e terminará na próxima semana.

Para participar do Programa, cada empresa obteve 70% de desconto na formação. O objetivo da Associação foi contribuir para o aumento do faturamento das empresas da indústria de software de Belo Horizonte e região metropolitana, ampliando o acesso aos mercados local, nacional e internacional. Além disso, visou gerar empregos de alta qualificação para o Arranjo Produtivo Local (APL).

Uma dos participantes foi o gerente de Negócios da Teknisa Software, Victor Costa, que ressaltou a importância dos trabalhos realizados durante a consultoria. “Eles nos fizeram enxergar coisas que, por sermos parte do processo, não conseguíamos. Além disso, nos trouxe uma consciência crítica sobre nossa empresa”, explicou.

Realizados pelo mestre em administração, Marcos Fábio Gomes, os workshops e as consultorias tiveram seis conteúdos como tema. “Entre eles, Diagnóstico Comercial, em que foram levantados quais os clientes geram a maior receita para a empresa e Segmentação de Mercado, em que houve a definição, a partir dos clientes principais, qual o perfil dentre eles deveria ser perseguido”, contou.

Outros temas foram Estratégias Comerciais, com a definição de como se chegar nesses clientes, e Gestão de Canais, que contou com a avaliação da equipe de vendas, representantes e parceiros, definindo o perfil ideal para cada canal, segundo Marcos Fábio. “Além deles tivemos Processos Comerciais, em que construímos o processo ideal de venda para cada empresa e, por fim, a Elaboração de Planos de Ação, no qual transformamos todas as informações em ações de curto, médio e longo prazo, com datas, responsáveis e orçamento de cada etapa.”

De acordo com o gerente de Negócios da Teknisa, os temas abordados nos workshop e nas consultorias in loco servem, principalmente, para abrir novas possibilidades. “Acho que a metodologia de análise e a fórmula para criar diagnóstico será uma herança que nos auxiliará muito daqui para frente. Não sabemos ainda quais caminhos seguiremos, mas sabemos como buscá-los, o que considero o mais importante”, diz Victor Costa.

O saldo do Programa de Gestão Comercial foi positivo, conforme avaliação de Victor Costa. “Vale homenagear a incrível perfomance do consultor Marcos Fábio que se mostrou absolutamente estratégico em toda e qualquer colocação, com uma visão macro e micro de dar inveja”, comemorou. Segundo ele, a colocação dos conteúdos em prática beneficiará as empresas de inúmeras formas. “Seja percebendo novas oportunidades no mercado ou alterações estruturais necessárias, mudando o foco, refazendo, recomeçando, entre outros.”

Apoio do Sebrae/MG – Fator de fundamental importância para a capacitação dos empresários, o apoio do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Minas Gerais ocorreu devido à constatação, por parte da entidade, da mudança da cultura comercial nas empresas. Segundo a técnica do Sebrae que atua na Microrregião Capital – Micro Centro, Marcia Valeria Cota Machado, a instituição percebeu que, para concorrer neste mercado cada vez mais competitivo, as micro e pequenas empresas (MPEs) necessitam se modernizar. “Também precisam desenvolver parcerias que possam melhorar seu posicionamento junto ao mercado e a seus clientes”, completou.

De acordo com Marcia Machado, com este programa as MPEs do setor de TI foram capacitadas para implantar processos de inteligência comercial, analisar seu desempenho atual e formular estratégias comerciais. “Além disso, puderam desenvolver previsões de vendas consistentes e sustentáveis, mapear processos comerciais e melhorá-los, implantar novas práticas comerciais e monitorar resultados de vendas”, acrescentou.

Ao incentivar o programa e capacitações semelhantes, Marcia Machado diz que o Sebrae/MG acredita na transformação das PMEs em organizações com alto padrão de desempenho. “O desenvolvimento contínuo das competências empresariais e gerenciais e a adoção de um pensamento e ações estratégicas são capazes de orientar as suas ações no curto, médio e longo prazo.”

A mudança da cultura comercial nas empresas, por meio da melhoria da eficácia de seus processos de venda com a implantação do Programa de Gestão Comercial, é constatada pelo Sebrae, que já estuda a implementação de algumas ações em parceria com as entidades do setor em 2010. “Estas ações serão divulgadas a partir de abril do ano que vem. Para isso, basta os empresários acessarem as entidades parceiras, neste caso, a Assespro