sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Automação comercial alavanca negócios

Junia Leticia

Agilizar vendas, controlar o fluxo de negócios e conhecer bem os clientes. Esta é a meta de toda empresa, independente de seu porte. Para facilitar estes processos, a automação comercial, um dos setores mais promissores para o mercado de tecnologia da informação, tem sido cada vez mais utilizada e as perspectivas para 2010 são ainda melhores.

Segundo dados da Confederação Nacional do Co¬mércio (CNC), a previsão é de que em 2010 as vendas no comércio cresçam entre 8% e 9%. Além disso, Belo Horizonte vai ganhar este ano pe¬lo menos 337 lojas em sete sho¬ppings. Pes¬quisa feita pela Federação do Comércio de Minas Gerais (Fecomércio) em dezembro indica um cenário favorável para a TI voltada para a automação comercial. Pelo levantamento, 65% dos lojistas da capital confirmaram que têm planos de investi¬mento no comércio em 2010.

Informatizar processos de controle e operações manuais, que passam a operar via sistemas é um dos caminhos para alavancar negócios. Conforme o vice-presidente de Articulação da Associação das Empresas Brasileiras de Tecnologia da Informação de Minas Gerais (Assespro-MG), diretor da CDL-BH e presidente da ATS Informática, Geovanne Teles, estes sistemas podem ser utilizados em qualquer negócio. “Emitir NF via Cupom Fiscal e fazer o controle de estoque são alguns exemplos. Tudo o que você imaginar pode ser automatizado”, conta.

De profissionais liberais a donos de empresas. Todos os setores da economia podem ser automatizados. “De taxistas a grandes empresários. Hoje há milhares de táxis nas grandes cidades que possuem sistema para emissão de recibo de corrida e pagamento com cartão de crédito”, exemplifica Geovanne Teles.

Os benefícios da automação comercial atingem toda a cadeia produtiva, segundo ele. “Por meio do sistema, os empresários reduzem custos operacionais e fixos que não agregam valor ao seu negócio e os profissionais de TI têm um aumento significativo nas oportunidades de trabalho”, diz Geovanne Teles. Além disso, há o fortalecimento do segmento de TI e geração de empregos. “Com isso, muda-se a face e a qualificação do emprego, antes operacional, para um patamar mais qualificado e melhor remunerado”, acrescenta.

O avanço do desenvolvimento da automação comercial no Estado já coloca Minas Gerais em posição de destaque. “Segunda maior força de TI do Brasil, parte desta colocação se deve a empresas que trabalham e geram soluções para automação comercial, cerca de 25% das instituições de TI”, informa Geovanne Teles.

Entre as razões para a posição de destaque estão mão de obra altamente qualificada e mercado pulverizado, por isto, altamente competitivo. “Esta competição não só reduz os custos para o mercado consumidor, mas principalmente eleva o nível das soluções e inovações”, analisa. Ele completa dizendo que o forte apoio dos governos estadual, municipal, de instituições como Sebrae-MG e a organização do segmento por entidades de classe como Assespro-MG, Fumsoft, Sind Infor e Sucesu-MG consolidam a TI mineira.

E as perspectivas para os próximos anos são ainda mais promissoras, conforme Geovanne Teles. A previsão é de que haja um crescimento médio anual de 15% a 20% no setor. “A expectativa é que se tenha a consolidação do mercado com a entrada de grandes players, exigindo um viés mais alinhado com gestão do que puramente automação em suas soluções.”

Funcionamento – No setor de bares e restaurantes, por exemplo, a automatização do processo de atendimento dos pedidos de mesa, balcão e, principalmente, entregas em domicílio agilizam o trabalho. O diretor de Tecnologia da Infosistemas, Marcelo Alvarenga de Almeida observa que neste setor as vendas são muito concentradas em um curto intervalo de tempo. “Por isso, a automação desses estabelecimentos traz resultados efetivos que transformam o negócio.”

Por meio do módulo de call center, os pedidos para entrega são lançados no sistema e enviados eletronicamente para o local de preparação da refeição, mesmo que em outro endereço físico. “Os pedidos são apresentados em monitores LCD instalados na cozinha orientando os funcionários do setor na preparação dos pratos. Cada vez que a cozinha confirma a produção de um prato, o estoque dos ingredientes é automaticamente baixado do estoque”, conta Marcelo Alvarenga.

No caso de delivery, o diretor de Tecnologia da Infosistemas diz que, após concluída a etapa de produção, o sistema faz a expedição do pedido utilizando outro monitor LCD. “Nesta tela é mostrado ao entregador (motoboy) o mapa do endereço do cliente para a entrega do pedido”, explica.

As vantagens da utilização da automação comercial especificamente neste caso são muitas, porém podem ser resumidas em apenas uma, como aponta Marcelo Alvarenga: “fazer o restaurante funcionar como uma indústria de transformação de alimentos (insumos) em pratos prontos para o consumo. Cada etapa desse processo é controlada pelo software, trazendo um aumento significativo de produtividade e controle, em um ramo de atividade tradicionalmente pouco automatizado.”

Com a implantação do sistema, há um controle efetivo do estoque, minimizando desperdícios, extravios e pequenos furtos dos insumos. “Com a automação da cozinha, ocorre naturalmente um aumento da capacidade produtiva, permitindo ao restaurante atender a um número maior de pedidos, utilizando-se da mesma equipe de colaboradores”, conta Marcelo Alvarenga.

Agilidade – Outro segmento em que a automação possibilita diferencial competitivo é o de locação de veículos. O coordenador de Tecnologia da Informação da Yes Rent a Car Franchising, Saulo Gomes Ker, fala que o sistema foi adotado para melhorar o gerenciamento das locadoras. “Buscamos uma solução pronta no mercado, que foi adaptada à nossa Rede, com informações corretas, em tempo real e padronizadas, aumentando a produtividade e melhorando a tomada de decisões.”

Segundo ele, o sistema possui vários recursos, como cadastro de clientes, gerenciamento dos contratos de terceirização de frota, contratos diários, manutenção da frota, controle de multas, abastecimentos, módulo financeiro e diversos relatórios, oferecendo uma visão melhor do negócio. “Além disso, conseguimos reduzir significativamente nossos custos de comunicação, com uma grande melhoria e agilidade no atendimento ao cliente, tornando a nossa Rede mais competitiva. A tecnologia da informação passou fazer parte do negócio e não um custo, como era visto”, completa Saulo Ker.

Para o sucesso do sistema, todos os profissionais da Yes Rent a Car foram envolvidos. “Um sistema, por melhor que seja, depende da participação de todos. A maioria dos fatores de sucesso na implantação de um sistema de informação envolve aspectos relacionados às pessoas, como comportamento gerencial, estrutura organizacional e a capacitação dos indivíduos”, ressalta Saulo Ker. Conforme ele, para isso foram tomados cuidados, como a seleção dos profissionais certos, criação de manuais e informativos e a realização de diversos treinamentos.

Informatização de processos

Júnia Leticia

Presente em todas as áreas da sociedade, a tecnologia da informação tem sido um importante instrumento para profissionais que têm de se manter em constante aprendizado. Um exemplo disso são soluções desenvolvidas para otimizar o trabalho de advogados. Agilidade, concentração da informação, alta produtividade e objetividade nos serviços de pesquisa de informação jurídica são alguns dos benefícios oferecidos por estes softwares.

O professor de Gestão de Escritórios da Faculdade Ibmec, diretor executivo do Grupo Novaprolink de TI e do site Universo Jurídico, Marcelo Castanha explica que os softwares jurídicos podem ser divididos basicamente em dois segmentos: de informação e de gestão. “Os primeiros são aqueles destinados a prover informações relevantes para a elaboração do serviço advocatício”, conta.

Segundo Marcelo Castanha, estes softwares contêm, geralmente, base de informações de jurisprudência, doutrinas, legislação, prática processual, modelos de contratos e notícias acerca de eventos jurídicos. “Além de outras que possam embasar o profissional na hora de elaborar suas peças, pareceres, contratos, entre outras.”

Os softwares de gestão, por sua vez, são aqueles destinados a gerir áreas afins, além do negócio jurídico, como a financeira, a administrativa, a contábil e a comercial. “Os softwares de gestão de escritórios de advocacia e jurídico de empresas são ferramentas indispensáveis para o controle, organização e produtividade destas organizações, buscando facilitar o dia-a-dia do profissional do Direito”, aponta o professor.

Uma realidade e urgência para quem está começando ou para quem já tem o seu negócio consolidado, os softwares jurídicos são essenciais para a organização dos processos. “Na prática, os softwares de informação substituem os livros, os códigos, enfim, são verdadeiras bibliotecas jurídicas, nas quais são feitas pesquisas em um grande volume de dados, por meio da utilização de ferramentas de busca textual”, fala Marcelo Castanha.

No caso dos softwares de gestão, eles unificam toda uma operação, eliminando a necessidade de controles apartados em planilhas e softwares diversos, como conta o professor. “Chegando até mesmo a dispensar a necessidade de arquivos físicos que são digitalizados e integralizados junto a todas as informações pertinentes para o escritório.”

Consultor jurídico da Associação das Empresas Brasileiras de Tecnologia da Informação de Minas Gerais (Assespro-MG), Paulo Henrique da Silva Vitor, em seu escritório, faz uso de um sistema que pode ser utilizado em rede, com a manutenção de um banco de dados único. “Ele possui, ainda, um mecanismo que interliga as filiais, de modo que cada uma tem acesso ao banco de dados da outra.”

Precisão nas informações – De acordo com Marcelo Castanha, são inúmeras as vantagens de se utilizar sistemas jurídicos. No caso dos softwares de informação, ele diz que a assertividade dos dados que são atualizados diariamente e a velocidade com que eles podem ser encontrados evita erros junto ao judiciário e possibilita ganho de tempo para o advogado. “Refletindo diretamente na satisfação do cliente final.”

Com relação aos softwares de gestão, o professor fala que há uma verdadeira revolução, já que estas soluções possibilitam a profissionalização da gestão do negócio jurídico. “A gestão é fundamental para planejar o futuro, e sem um software que forneça dados necessários para a tomada de decisão, o crescimento do advogado ou do escritório acaba por ficar comprometido”, analisa Marcelo Castanha.

A utilização de softwares de informação também têm como vantagem a prevenção jurídica, evitando gastos causados por erros de utilização em caso, por exemplo, de normas revogadas ou alteradas. “Além disso, a velocidade do acesso à informação otimiza o tempo do profissional empenhado no desenvolvimento do serviço jurídico.”

O advogado Paulo Henrique da Silva Vitor aponta que entre os maiores benefícios destes sistemas estão a organização do escritório, já que eles possuem módulos jurídicos, administrativos, financeiros, dentre outros. “A possibilidade de disponibilizar aos clientes informações atualizadas dos processos pela própria internet, facilitando o acompanhamento e a consulta de todos os processos cadastrados, em todos os tribunais do país são outras vantagens.”

Conforme Marcelo Castanha, os softwares de gestão, por sua vez, auxiliam na redução de custos com pessoal, no controle de reembolso de gastos com clientes, na inadimplência, nos prazos processuais. “Enfim, no resultado do negócio jurídico, apurando de forma analítica o lucro ou prejuízo do escritório, de uma área e até mesmo de um só processo ou serviço”, completa. Segundo ele, softwares de gestão são fundamentais até mesmo para traçar as diretrizes estratégicas do negócio jurídico.

Futuro – O professor diz que, nos próximos anos, prevê, principalmente no que se refere aos softwares de gestão, a necessidade de desenvolvimento de ferramentas para outras áreas do escritório de forma a tratar as lacunas existentes entre a operação principal, que é a jurídica e as demais áreas. “Outros softwares já existentes, como os de captura de publicações, cálculos, gerenciamento eletrônico de documentos e outros deverão ser integrados à solução principal do escritório, respeitando a tendência de se ter tudo o que é preciso em um só lugar.”

Marcelo Castanha chama a atenção, ainda, para o uso de soluções caseiras ou softwares desenvolvidos sob medida, em virtude da dificuldade de atualização e manutenção deste modelo. “A tendência é a busca por softwares profissionais por causa da redução dos custos de manutenção e atualização, acesso a tecnologias e inovações do mercado jurídico como diferencial atrativo de clientela, segurança na continuidade dos serviços, velocidade no acesso à informação e valorização da estrutura organizacional frente aos clientes e ao mercado.”

Para obter a indicação de softwares jurídicos, basta acessar o Tecnoportal (www.tecnoportal.org.br), catálogo online de produtos e serviços de informática.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Automação comercial alavanca negócios

Júnia Leticia

Agilizar vendas, controlar o fluxo de negócios e conhecer bem os clientes. Esta é a meta de toda empresa, independente de seu porte. Para facilitar estes processos, a automação comercial, um dos setores mais promissores para o mercado de tecnologia da informação, tem sido cada vez mais utilizada e as perspectivas para 2010 são ainda melhores.

Segundo dados da Confederação Nacional do Co¬mércio (CNC), a previsão é de que em 2010 as vendas no comércio cresçam entre 8% e 9%. Além disso, Belo Horizonte vai ganhar este ano pe¬lo menos 337 lojas em sete sho¬ppings. Pes¬quisa feita pela Federação do Comércio de Minas Gerais (Fecomércio) em dezembro indica um cenário favorável para a TI voltada para a automação comercial. Pelo levantamento, 65% dos lojistas da capital confirmaram que têm planos de investi¬mento no comércio em 2010.

Informatizar processos de controle e operações manuais, que passam a operar via sistemas é um dos caminhos para alavancar negócios. Conforme o vice-presidente de Articulação da Associação das Empresas Brasileiras de Tecnologia da Informação de Minas Gerais (Assespro-MG), diretor da CDL-BH e presidente da ATS Informática, Geovanne Teles, estes sistemas podem ser utilizados em qualquer negócio. “Emitir NF via Cupom Fiscal e fazer o controle de estoque são alguns exemplos. Tudo o que você imaginar pode ser automatizado”, conta.

De profissionais liberais a donos de empresas. Todos os setores da economia podem ser automatizados. “De taxistas a grandes empresários. Hoje há milhares de táxis nas grandes cidades que possuem sistema para emissão de recibo de corrida e pagamento com cartão de crédito”, exemplifica Geovanne Teles.

Os benefícios da automação comercial atingem toda a cadeia produtiva, segundo ele. “Por meio do sistema, os empresários reduzem custos operacionais e fixos que não agregam valor ao seu negócio e os profissionais de TI têm um aumento significativo nas oportunidades de trabalho”, diz Geovanne Teles. Além disso, há o fortalecimento do segmento de TI e geração de empregos. “Com isso, muda-se a face e a qualificação do emprego, antes operacional, para um patamar mais qualificado e melhor remunerado”, acrescenta.

O avanço do desenvolvimento da automação comercial no Estado já coloca Minas Gerais em posição de destaque. “Segunda maior força de TI do Brasil, parte desta colocação se deve a empresas que trabalham e geram soluções para automação comercial, cerca de 25% das instituições de TI”, informa Geovanne Teles.

Entre as razões para a posição de destaque estão mão de obra altamente qualificada e mercado pulverizado, por isto, altamente competitivo. “Esta competição não só reduz os custos para o mercado consumidor, mas principalmente eleva o nível das soluções e inovações”, analisa. Ele completa dizendo que o forte apoio dos governos estadual, municipal, de instituições como Sebrae-MG e a organização do segmento por entidades de classe como Assespro-MG, Fumsoft, Sind Infor e Sucesu-MG consolidam a TI mineira.

E as perspectivas para os próximos anos são ainda mais promissoras, conforme Geovanne Teles. A previsão é de que haja um crescimento médio anual de 15% a 20% no setor. “A expectativa é que se tenha a consolidação do mercado com a entrada de grandes players, exigindo um viés mais alinhado com gestão do que puramente automação em suas soluções.”

Funcionamento – No setor de bares e restaurantes, por exemplo, a automatização do processo de atendimento dos pedidos de mesa, balcão e, principalmente, entregas em domicílio agilizam o trabalho. O diretor de Tecnologia da Infosistemas, Marcelo Alvarenga de Almeida observa que neste setor as vendas são muito concentradas em um curto intervalo de tempo. “Por isso, a automação desses estabelecimentos traz resultados efetivos que transformam o negócio.”

Por meio do módulo de call center, os pedidos para entrega são lançados no sistema e enviados eletronicamente para o local de preparação da refeição, mesmo que em outro endereço físico. “Os pedidos são apresentados em monitores LCD instalados na cozinha orientando os funcionários do setor na preparação dos pratos. Cada vez que a cozinha confirma a produção de um prato, o estoque dos ingredientes é automaticamente baixado do estoque”, conta Marcelo Alvarenga.

No caso de delivery, o diretor de Tecnologia da Infosistemas diz que, após concluída a etapa de produção, o sistema faz a expedição do pedido utilizando outro monitor LCD. “Nesta tela é mostrado ao entregador (motoboy) o mapa do endereço do cliente para a entrega do pedido”, explica.

As vantagens da utilização da automação comercial especificamente neste caso são muitas, porém podem ser resumidas em apenas uma, como aponta Marcelo Alvarenga: “fazer o restaurante funcionar como uma indústria de transformação de alimentos (insumos) em pratos prontos para o consumo. Cada etapa desse processo é controlada pelo software, trazendo um aumento significativo de produtividade e controle, em um ramo de atividade tradicionalmente pouco automatizado.”

Com a implantação do sistema, há um controle efetivo do estoque, minimizando desperdícios, extravios e pequenos furtos dos insumos. “Com a automação da cozinha, ocorre naturalmente um aumento da capacidade produtiva, permitindo ao restaurante atender a um número maior de pedidos, utilizando-se da mesma equipe de colaboradores”, conta Marcelo Alvarenga.

Agilidade – Outro segmento em que a automação possibilita diferencial competitivo é o de locação de veículos. O coordenador de Tecnologia da Informação da Yes Rent a Car Franchising, Saulo Gomes Ker, fala que o sistema foi adotado para melhorar o gerenciamento das locadoras. “Buscamos uma solução pronta no mercado, que foi adaptada à nossa Rede, com informações corretas, em tempo real e padronizadas, aumentando a produtividade e melhorando a tomada de decisões.”

Segundo ele, o sistema possui vários recursos, como cadastro de clientes, gerenciamento dos contratos de terceirização de frota, contratos diários, manutenção da frota, controle de multas, abastecimentos, módulo financeiro e diversos relatórios, oferecendo uma visão melhor do negócio. “Além disso, conseguimos reduzir significativamente nossos custos de comunicação, com uma grande melhoria e agilidade no atendimento ao cliente, tornando a nossa Rede mais competitiva. A tecnologia da informação passou fazer parte do negócio e não um custo, como era visto”, completa Saulo Ker.

Para o sucesso do sistema, todos os profissionais da Yes Rent a Car foram envolvidos. “Um sistema, por melhor que seja, depende da participação de todos. A maioria dos fatores de sucesso na implantação de um sistema de informação envolve aspectos relacionados às pessoas, como comportamento gerencial, estrutura organizacional e a capacitação dos indivíduos”, ressalta Saulo Ker. Conforme ele, para isso foram tomados cuidados, como a seleção dos profissionais certos, criação de manuais e informativos e a realização de diversos treinamentos.

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Inteligência Competitiva gera vantagem na gestão estratégica

Júnia Leticia

O acirramento crescente da concorrência levou os gestores das empresas a repensarem suas práticas a fim de se tornarem mais competitivos. Com isso, surgiu o conceito de Inteligência Competitiva, desenvolvido na década de 1990, nos Estados Unidos. Apesar de não ser nova, a ideia ganhou força de 2005 para cá, depois da crise financeira mundial de 2008.

Segundo o doutor em Ciência da Informação, especialista em Administração Financeira e professor de cursos de graduação e pós-graduação da Universidade Fumec, Rodrigo Baroni, os primeiros estudos relacionados à Inteligência Competitiva (IC) foram na área militar. “Atualmente, é um campo multidisciplinar, com contribuições das áreas de Marketing, Planejamento Estratégico, Tecnologia da Informação e Gestão da Informação e do Conhecimento”, conta.

Rodrigo Baroni diz que hoje a Inteligência Competitiva funciona como um radar do ambiente de negócios como um todo para prever mudanças políticas, econômicas, sociais, tecnológicas, ambientais e regulatórias. “Permite, também, identificar tendências de comportamento dos consumidores, fornecedores e as possibilidades de fusões entre empresas”, conta o professor.

Em outras palavras, este conjunto de práticas visa fazer com que as organizações se antecipem às mudanças antes do concorrente. “Por isso, a área ganhou força depois da crise de 2008, pois algumas empresas que possuíam a IC mais desenvolvida conseguiram se programar melhor para enfrentá-la, ao contrário daquelas que foram surpreendidas com os fatos”, observa Rodrigo Baroni.

Tentar prever as tendências do mercado não deve ser confundido, entretanto, com espionagem industrial, que envolve o uso de técnicas ilícitas para obter informações dos concorrentes, como ressalta Rodrigo Baroni. “Aliás, é importante destacar que boa parte da Inteligência Competitiva é feita com informações públicas, pois o diferencial está na capacidade de análise das informações existentes.”

Um equívoco relativo à gestão cometido pelas empresas é canalizar a maior parte de sua energia para o controle das informações internas. De acordo com o professor, com isso faltam recursos para olhar para fora, coletar e organizar informações sobre o ambiente de negócios. “Pergunte às empresas quanto elas gastaram no mês passado com material de escritório e praticamente todas responderão. Pergunte às mesmas organizações quais foram as principais ações de seus concorrentes depois da crise e poucas terão uma resposta precisa para fornecer”, observa.

Importantes instrumentos para este monitoramento são fornecidos pela TI, principalmente na fase de coleta e disseminação de informações. “Atualmente existem softwares específicos de IC que funcionam como agentes inteligentes, rastreando informações na Web a respeito dos concorrentes, fornecedores, governo, entre outros. Eles podem configurar o software para procurar palavras específicas”, explica Rodrigo Baroni.

No entanto, o professor alerta que a TI não é o componente principal de um projeto de Inteligência Competitiva. “Não adianta coletar um grande volume de informações se a organização não sabe nem o que deve monitorar e nem o que fazer com que foi coletado”, adverte. Neste ponto, o elo da IC com a estratégia corporativa é fundamental, segundo o doutor em Ciência da Computação.

Para sistematizar este processo, Rodrigo Baroni recomenda que a empresa busque uma consultoria especializada. Desta forma, é possível que o projeto siga uma metodologia adequada. “A empresa também pode capacitar internamente seus profissionais por meio de cursos na área”, aponta.

Mudança de mentalidade – A implementação da Inteligência Competitiva requer uma mudança de mentalidade por parte das empresas. Segundo o professor Rodrigo Baroni, as organizações devem perceber que o conjunto de práticas é uma questão de sobrevivência. “Muitas empresas ainda são reativas às mudanças e ficam se perguntando ‘o que aconteceu no nosso negócio?’, ‘por que as vendas caíram?’. Enquanto isso, o concorrente pode já estar faturando em cima das novas oportunidades”, alerta.

Isso ocorre porque, frequentemente, a empresa prefere acreditar em uma visão confortante da concorrência do que em uma imagem real. “Por isso, o projeto deve começar com o convencimento e envolvimento da alta administração da empresa no projeto de IC. Gosto de comparar esse processo com o jogo de xadrez. Uma pessoa comum pensa uma ou, no máximo, duas jogadas na frente. Já um grande mestre enxadrista pensa várias jogadas à frente e antecipa os movimentos do seu adversário”, compara Rodrigo Baroni.

O ciclo da Inteligência Competitiva envolve cinco etapas para ser implementado. A primeira delas, como conta o doutor em Ciência da Computação, é a identificação das necessidades de informação, por meio de entrevistas com os executivos-chave que tomam as decisões estratégicas. “Esta é a etapa mais importante. Depois dela, vem a coleta e tratamento das informações: seleção das fontes de informação mais adequadas para responder as questões empresariais. É a fase do ‘garimpo’”, fala.

A análise final da informação, fase da inteligência propriamente dita, em que as informações coletadas são transformadas em análises significativas, é a terceira etapa. “É um trabalho de ‘ligar os pontos’, pois notícias e fatos, aparentemente sem correlação, podem representar novas tendências e padrões do mercado”, explica Rodrigo Baroni.

Por fim, vêm as fases de disseminação do produto de inteligência e avaliação. “A primeira refere-se à formatação da inteligência gerada em produtos e relatórios no formato, linguagem e frequência desejados pelo tomador de decisão. A segunda é a etapa de feedback, para identificar junto aos executivos se as necessidades foram atendidas e como está sendo o uso prático da IC”, finaliza o professor.

Treinamento – Para mostrar às empresas a importância da Inteligência Competitiva para a gestão estratégica dos negócios, o Bureau de Inteligência, coordenado pela Associação das Empresas Brasileiras de Tecnologia da Informação de Minas Gerais (Assespro-MG), realizará seu primeiro treinamento sobre o tema. O curso será ministrado por Rodrigo Baroni, que mostrará como gerar resultados e vantagens competitivas a partir do uso de ferramentas de monitoramento de mercado e concorrência.

Uma das ações do Arranjo Produtivo Local (APL) de Software da região metropolitana de Belo Horizonte e Viçosa, o Bureau visa contribuir para a competitividade do setor de TI em Minas Gerais por meio de pesquisas, capacitação de pessoas e empresas. Dentro desta perspectiva, a atividade tem como objetivo identificar tecnologias adequadas para o desenvolvimento da Inteligência Competitiva, compreender o seu ciclo e analisar o nível de maturidade de organizações quanto à inteligência competitiva.

Antes mesmo de estar totalmente implantado, o Bureau de Inteligência apresentou seu primeiro trabalho. Durante o IV Encontro Empresarial, promovido em setembro, foi divulgado o resultado da pesquisa Satisfação dos funcionários como fator chave da satisfação dos clientes. Realizada entre os meses de abril e junho, a pesquisa foi aplicada em 41 empresas de TI de Belo Horizonte associadas à Assespro e envolveu 180 funcionários e 180 clientes.

Além disso, neste ano, para fortalecer as atividades do Bureau de Inteligência, a pesquisa que serve como base para o Prêmio Assespro 2009 – antigo Ranking Mineiro de Informática – teve como ênfase a inovação tecnológica. O levantamento mostrará a competitividade como fator essencial para fazer a diferença no mercado. As categorias e faixas de premiação podem ser conferidas na página (http://premio.assespro-mg.org.br). A cerimônia de premiação será realizada em dezembro.

Outra iniciativa neste sentido é o fortalecimento da rede de relacionamento das empresas com instituições de ensino superior. Para isso, a Assespro-MG assinou Acordo de Cooperação Técnica com a Universidade Fumec, que tem como objetivo incentivar o desenvolvimento de dissertações e teses sobre o setor de TI, como conta o presidente da Associação, Ian Campos Martins.

Segundo ele, a Assespro-MG fomentará a participação dos associados e buscará possibilitar o acesso às empresas, tornando-as parceiras na coleta de dados e no desenvolvimento das pesquisas. “Por outro lado, a Face Fumec (stricto sensu), em comum acordo com a Assespro, disponibilizará e divulgará, entre seus professores e alunos, informações de como proceder para realizar estas pesquisas em parceria, incentivando sua execução e operacionalização”, acrescenta o presidente da Assespro-MG. (Junia Letícia)

TI auxilia o desenvolvimento na área de mineração

Júnia Leticia

Com a previsão de investimentos da ordem de US$ 47 bilhões entre 2009 e 2013, o setor de produção mineral brasileiro teve um boom nas atividades nos últimos anos. A estimativa é do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), com base em empresas mineradoras. No entanto, é na área de pesquisa e produção que os softwares se tornam mais úteis, devido às diferenças do processo de mineração em relação a outros processos produtivos.

A análise é feita pelo diretor de Negócios da HCS Tecnologia da Informação, Êdo Linhares Lage. Segundo ele, em todas as atividades, o uso dos recursos da informática são fundamentais, principalmente para a redução de custos. “Começando pela avaliação de uma reserva mineral, a partir de furos de sondagem, passando pelo controle de equipamentos de produção e beneficiamento com suas respectivas necessidades de manutenção, até as atividades de controle de estoque, transporte e embarque do minério para exportação”, conta.

A mudança de mentalidade com relação ao uso da tecnologia no setor de mineração trouxe benefícios com reflexos na economia do país. Antigamente, por ser uma atividade primária, pensava-se que o setor de mineração podia dispensar os avanços tecnológicos, como analisa Êdo Lage. “Hoje, com a necessidade de se produzir em grande escala, com a utilização de equipamentos cada vez mais caros e sofisticados, todas as grandes mineradoras consideram a TI como um recurso estratégico, que recebe cada vez mais investimentos”, ressalta.

O diretor da Associação das Empresas Brasileiras de Tecnologia da Informação de Minas Gerais (Assespro-MG), Kleber Vasconcelos, confirma a importância da TI para a mineração. “Em todos os setores, e principalmente para os que trabalham com commodities, a TI é fundamental na gestão dos custos, no controle efetivo de toda operação, possibilitando vantagem competitiva”, conta. De acordo com ele, como as commodities têm o preço determinado pelo mercado, a margem de lucro poderá ser aumentada significativamente se se conseguir um controle efetivo dos custos de produção, de manutenção e da operação como um todo.

Especificamente para os profissionais que atuam no segmento de mineração, a utilização da TI representa mais informações e recursos de processamento para auxiliar nas decisões, enriquecendo o conhecimento profissional sobre seu setor, como avalia o diretor de Negócios da HCS Tecnologia da Informação. “Na área operacional, significa mais conforto e segurança, já que os equipamentos ficam mais sofisticados”, completa.

Apesar do aumento crescente do emprego da Tecnologia da Informação no segmento, ainda há uma carência de profissionais em algumas áreas do setor. “Em automação industrial, controle operacional integrado, logística de transporte e portuária, existe uma grande demanda não totalmente atendida”, conta Êdo Lage. Já para a avaliação de reserva, conforme ele, controle de manutenção e gestão de equipamentos móveis, há muitos sistemas prontos disponíveis no mercado e com larga utilização.

Após a crise financeira mundial que impactou o setor ano passado, a indústria mineral já retomou o ritmo de crescimento e uma das importantes aliadas para este desenvolvimento é a TI. Atualmente, o Brasil ocupa o segundo lugar na exploração mundial de ferro e o primeiro em nióbio, mineral usado na indústria da aviação, conforme o DNPM. O crescimento de autorizações e concessões emitidas pelo órgão, que chega a 18 mil por ano só para pesquisa, mostra a plena expansão do setor e as boas perspectivas para a TI. Em pesquisa mineral, o setor teve um salto de US$ 70 milhões no ano 2000, para US$ 482 milhões em 2009.

Para o diretor da Assespro-MG, Kleber Vasconcelos, as perspectivas para os profissionais de Tecnologia da Informação no segmento são ainda melhores. “Os profissionais de TI em MG estão sendo cada vez mais reconhecidos tecnicamente e as universidades mineiras que os formam têm uma grande capacidade de formação do técnico para o mercado, e não para o academicismo”, observa.

Soluções – Um dos sistemas mais importantes para o setor de mineração é o de controle de manutenção de equipamentos, e uma razão disso é o significativo custo na produção. “Este sistema deve ajudar na manutenção preventiva e preditiva, fornecer estatística de durabilidade de componentes, controlar o uso de mão de obra e peças de reserva, entre outros”, como explica Êdo Lage. O diretor de Negócios da HCS diz que também são importantes os sistemas como o de avaliação de reserva, controle de despacho de caminhões fora de estrada e controle de estoque/movimentação de minério.

Para desenvolvê-las, os profissionais formados em geologia, engenharia de minas e engenharia de produção conseguem atuar muito bem. Na área de manutenção, os engenheiros mecânicos e eletricistas são mais bem preparados, além dos profissionais da nova mecatrônica, conta Êdo Lage. Já especificamente os de TI, na mineração são bem vindos os profissionais com as especialidades de setores como arquitetura de sistemas e administração de banco de dados. “No entanto, é fundamental que ele adquira conhecimento sobre os processos produtivos do setor, pois estes são bastante diferentes de outros como as indústrias que trabalham com linhas fixas de produção.”

Inteligência Competitiva mapeia setor de TI em Viçosa

Júnia Leticia

Para identificar informações relevantes para os negócios das empresas de TI de Viçosa e região, o Bureau de Inteligência, coordenado pela Associação das Empresas Brasileiras de Tecnologia da Informação de Minas Gerais (Assespro-MG), está aplicando mais uma pesquisa. O objetivo do trabalho é mapear e conhecer as necessidade de informações das empresas do APL de Viçosa e as dificuldades encontradas nestas instituições para adquirir e processar informações para a tomada de decisões.

Uma das ações do Arranjo Produtivo Local (APL) de Software da região metropolitana de Belo Horizonte e Viçosa, o Bureau de Inteligência, visa contribuir para a competitividade do setor de TI em Minas Gerais por meio de pesquisas, capacitação de pessoas e empresas. Segundo o diretor da Assespro-MG e coordenador do APL em Viçosa, Paulo Márcio de Freitas, o principal objetivo da pesquisa é buscar conhecer os "clientes" do setor.

Paulo Márcio de Freitas diz que, como a região possui um foco em software para o agronegócio e recursos naturais e por ser formado essencialmente por pequenas empresas, o Bureau tem um grande potencial de se tornar um grande acelerador do desenvolvimento destas empresas. “Para isto, é necessário conhecer, em detalhes, as características do setor na região, que será possível com a pesquisa. Além disso, a iniciativa facilitará a interface do Bureau de Belo Horizonte com o de Viçosa”, acrescenta.

A análise do mercado de tecnologia da informação por meio de dados e indicadores financeiros informados pelos pesquisados buscará mapear e caracterizar pelo menos 70% das empresas de software de Viçosa, o que representa aproximadamente 20 empresas. “Com isso, será possível conhecer o setor, fazendo com que o Bureau de Inteligência cumpra o seu papel de ampliar a competitividade das empresas”, conta Paulo Márcio de Freitas.

Para os empresários do setor da região, de forma geral, o Bureau para o APL de Viçosa ajudará com o oferecimento de informação e conhecimento para subsidiar os tomadores de decisão das empresas, como esclarece o diretor da Assespro-MG. “O Bureau irá apoiar as empresas a partir da geração e disseminação do conhecimento, prospecções e análise de tendências, contribuindo para o desenvolvimento sustentável das organizações.”

Como possui uma especialização para atividades vinculadas à agropecuária, Viçosa necessitará de informações específicas sobre o setor, que poderão ser obtidas por meio do Bureau de Inteligência da região e complementadas pelas do Núcleo de Belo Horizonte. “Além disso, os Bureaux integrados permitirão uma interação entre as empresas de Viçosa e Belo Horizonte, fortalecendo o setor de software de Minas Gerais no mercado nacional e mundial, dentro de um contexto globalizado”, analisa o diretor da Assespro-MG.

Através do trabalho desenvolvido pelo Bureau, as empresas terão acesso a informações estratégicas e relevantes, antecipando-se às mudanças e oportunidades do setor. Dentro desta perspectiva, a atividade tem como objetivo identificar tecnologias adequadas para o desenvolvimento da Inteligência Competitiva, habilidade de ver além ou de permanecer à frente de seu concorrente, conhecendo o pensamento estratégico do cliente.

O Bureau deve, além de informar, entender a dinâmica das empresas do APL e apontar alternativas, oportunidades e soluções para promover o desenvolvimento do setor e a competitividade das empresas, como enfatiza o coordenador do Bureau de Inteligência do APL de Belo Horizonte e região metropolitana, Ian Campos Martins. “E para mostrar às empresas a importância da Inteligência Competitiva para a gestão estratégica dos negócios, o Bureau ministrará seu primeiro treinamento sobre o tema em Belo Horizonte, nos dias 23 e 24, na Sucesu”, conta.

O treinamento será ministrado pelo doutor em Ciência da Informação, especialista em Administração Financeira e professor de cursos de graduação e pós-graduação da Universidade Fumec, Rodrigo Baroni. Durante o curso, será abordado como gerar resultados e vantagens competitivas a partir do uso de ferramentas de monitoramento de mercado e concorrência.

Apoio do Governo – Núcleo de Inteligência Competitiva organizado para acompanhar o dinamismo do mercado e, ao mesmo tempo, fortalecer a cadeia produtiva dos APLs de Minas Gerais, os Bureaux contam com o apoio do Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Sectes). Este apoio, segundo Paulo Márcio de Freitas, é crucial para que o Bureau se desenvolva.

A Sectes foi responsável pela formulação dos modelos e funcionalidades conceituais dos Bureaux e atualmente desenvolve a coordenação de uma ampla rede destes Núcleos de Inteligência. Segundo a superintendente de Desenvolvimento Científico e Tecnológico da Sectes, Déa Fonseca, os Bureaux são operados em parceira com os Arranjos Produtivos, Pólos de Excelência e de Inovação implantados no Projeto Estruturador APL. “O objetivo é subsidiar a construção e o monitoramento da eficácia das políticas públicas setoriais e a garantia de recursos orçamentários para a operacionalização dessa rede até 2011”, diz.

A superintendente ressalta a importância dos Bureaux de Inteligência para fortalecer o setor de TI, principalmente na região de Viçosa. Segundo ela, estes Núcleos, criados pelo Projeto Estruturador Arranjos Produtivos Locais (APL), oferecem às empresas dos APLs, onde estão implantados, a estruturação de processos sistemáticos de coleta de dados. “Além de possibilitar tratamento, análise e disseminação de informações para obtenção de vantagens competitivas para as empresas vinculadas às suas respectivas áreas de atuação (TI, Eletroeletrônicos e Biotecnologia)”, completa.

Déa Fonseca conta que o monitoramento de informações está focado nas alterações do marco regulatório, compras governamentais (pregões eletrônicos), propriedade intelectual (marcas e patentes), normas técnicas, dentre outros. “Tratamentos tributários, tramitação de projetos de lei e audiências públicas de interesse das empresas dos setores priorizados, além do comportamento do ambiente macroeconômico dos mercados interno e externos são outros focos do monitoramento”, acrescenta.

O objetivo da supervisão dos dados é subsidiar a tomada de decisões de modo a permitir que as empresas dos APLs se antecipem sobre as tendências dos mercados e a evolução da concorrência. “Também possibilita que sejam detectadas e avaliadas as ameaças e oportunidades que se apresentem no seu ambiente de negócios e definam as ações ofensivas e/ou defensivas mais alinhadas às estratégias de suas empresas”, fala a superintendente.

Gestão Comercial garante sucesso nas vendas de TI

Júnia Leticia

Importante instrumento para melhorar o faturamento e a eficácia dos processos de venda, a adoção da gestão comercial pelas empresas é essencial para determinar as principais ameaças e oportunidades que se apresentam às organizações. Fundamental em todos os segmentos de atuação, a definição de estratégias comerciais e de políticas de atuação são essenciais para determinar os principais pontos fortes e fracos das empresas.

Esses foram alguns dos motivos que levaram à participação no terceiro Programa de Gestão Comercial voltado para empresas de Tecnologia da Informação. Resultado de uma parceria entre a Associação das Empresas Brasileiras de Tecnologia da Informação de Minas Gerais (Assespro-MG) como o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Minas Gerais (Sebrae-MG), por meio do Arranjo Produtivo Local (APL), o trabalho teve início em julho deste ano e terminará na próxima semana.

Para participar do Programa, cada empresa obteve 70% de desconto na formação. O objetivo da Associação foi contribuir para o aumento do faturamento das empresas da indústria de software de Belo Horizonte e região metropolitana, ampliando o acesso aos mercados local, nacional e internacional. Além disso, visou gerar empregos de alta qualificação para o Arranjo Produtivo Local (APL).

Uma dos participantes foi o gerente de Negócios da Teknisa Software, Victor Costa, que ressaltou a importância dos trabalhos realizados durante a consultoria. “Eles nos fizeram enxergar coisas que, por sermos parte do processo, não conseguíamos. Além disso, nos trouxe uma consciência crítica sobre nossa empresa”, explicou.

Realizados pelo mestre em administração, Marcos Fábio Gomes, os workshops e as consultorias tiveram seis conteúdos como tema. “Entre eles, Diagnóstico Comercial, em que foram levantados quais os clientes geram a maior receita para a empresa e Segmentação de Mercado, em que houve a definição, a partir dos clientes principais, qual o perfil dentre eles deveria ser perseguido”, contou.

Outros temas foram Estratégias Comerciais, com a definição de como se chegar nesses clientes, e Gestão de Canais, que contou com a avaliação da equipe de vendas, representantes e parceiros, definindo o perfil ideal para cada canal, segundo Marcos Fábio. “Além deles tivemos Processos Comerciais, em que construímos o processo ideal de venda para cada empresa e, por fim, a Elaboração de Planos de Ação, no qual transformamos todas as informações em ações de curto, médio e longo prazo, com datas, responsáveis e orçamento de cada etapa.”

De acordo com o gerente de Negócios da Teknisa, os temas abordados nos workshop e nas consultorias in loco servem, principalmente, para abrir novas possibilidades. “Acho que a metodologia de análise e a fórmula para criar diagnóstico será uma herança que nos auxiliará muito daqui para frente. Não sabemos ainda quais caminhos seguiremos, mas sabemos como buscá-los, o que considero o mais importante”, diz Victor Costa.

O saldo do Programa de Gestão Comercial foi positivo, conforme avaliação de Victor Costa. “Vale homenagear a incrível perfomance do consultor Marcos Fábio que se mostrou absolutamente estratégico em toda e qualquer colocação, com uma visão macro e micro de dar inveja”, comemorou. Segundo ele, a colocação dos conteúdos em prática beneficiará as empresas de inúmeras formas. “Seja percebendo novas oportunidades no mercado ou alterações estruturais necessárias, mudando o foco, refazendo, recomeçando, entre outros.”

Apoio do Sebrae/MG – Fator de fundamental importância para a capacitação dos empresários, o apoio do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Minas Gerais ocorreu devido à constatação, por parte da entidade, da mudança da cultura comercial nas empresas. Segundo a técnica do Sebrae que atua na Microrregião Capital – Micro Centro, Marcia Valeria Cota Machado, a instituição percebeu que, para concorrer neste mercado cada vez mais competitivo, as micro e pequenas empresas (MPEs) necessitam se modernizar. “Também precisam desenvolver parcerias que possam melhorar seu posicionamento junto ao mercado e a seus clientes”, completou.

De acordo com Marcia Machado, com este programa as MPEs do setor de TI foram capacitadas para implantar processos de inteligência comercial, analisar seu desempenho atual e formular estratégias comerciais. “Além disso, puderam desenvolver previsões de vendas consistentes e sustentáveis, mapear processos comerciais e melhorá-los, implantar novas práticas comerciais e monitorar resultados de vendas”, acrescentou.

Ao incentivar o programa e capacitações semelhantes, Marcia Machado diz que o Sebrae/MG acredita na transformação das PMEs em organizações com alto padrão de desempenho. “O desenvolvimento contínuo das competências empresariais e gerenciais e a adoção de um pensamento e ações estratégicas são capazes de orientar as suas ações no curto, médio e longo prazo.”

A mudança da cultura comercial nas empresas, por meio da melhoria da eficácia de seus processos de venda com a implantação do Programa de Gestão Comercial, é constatada pelo Sebrae, que já estuda a implementação de algumas ações em parceria com as entidades do setor em 2010. “Estas ações serão divulgadas a partir de abril do ano que vem. Para isso, basta os empresários acessarem as entidades parceiras, neste caso, a Assespro

Tecnologia da informação na área de saúde

Júnia Leticia

Presente em todas as áreas do conhecimento, a Tecnologia da Informação (TI) ganha cada vez mais espaço em setores diversos, como o hospitalar. Segundo o Gartner Group, principal instituto internacional de pesquisas do setor de TI, os investimentos na área em hospitais brasileiros crescem cerca de 20% ao ano, enquanto no restante do mundo este número é de 6,6%.

A utilização de TI nos hospitais nos últimos 30 anos evoluiu de um cenário onde o computador era utilizado para realizar tarefas simples e isoladas, para um novo panorama de integração total entre os diversos pontos que geram e utilizam a informação. Esta constatação é feita pelo diretor geral da Liga Sistemas, especializada em desenvolver software para medicina diagnóstica, e diretor da Associação das Empresas Brasileiras de Tecnologia da Informação de Minas Gerais (Assespro-MG), Luiz Normanha.

Segundo ele, a TI atua nos níveis estratégicos, táticos e operacionais. “Isso torna o seu uso fator determinante para o aprimoramento dos profissionais envolvidos e para a excelência dos produtos e serviços prestados nesse segmento, tanto no setor público como no privado”, observa o diretor da Liga Sistemas.

Para o gerente operacional da MCJ Assessoria Hospitalar e Informática, Flávio Coimbra, atualmente muitas instituições estão encarando a TI como setor estratégico para o desenvolvimento de procedimentos hospitalares. “Entendendo que uma entidade hospitalar deve ser administrada da mesma forma que uma empresa de prestação de serviço qualquer, é possível, então, afirmar que a informatização dentro da instituição contribui fortemente para o desenvolvimento do ramo principal da mesma”, completa.

O alinhamento estratégico da TI em unidades de saúde representa um tema-chave, portanto, obrigatório para a compreensão das estruturas e dos processos envolvidos nesse ambiente, analisa Luiz Normanha. “Isto possibilita, principalmente, um aumento da eficácia e da eficiência do atendimento, redução de custos e a consequente geração de bons resultados”, explica.

Uma consequência da difusão cada vez maior da utilização das ferramentas de TI é a melhora do cuidado com os pacientes. “Além disso, há um aumento da produtividade, proteção de dados clínicos importantes, maximização da colaboração entre os envolvidos, anotações eletrônicas acessíveis de qualquer lugar e pontualidade na execução das tarefas”, enumera Luiz Normanha.

A demanda na área de saúde atende a vários setores. Sobre o ponto de vista clínico, há a necessidade de registros rápidos e intuitivos, visualização de alertas sobre informações relevantes, interligação de todos os profissionais envolvidos, armazenamento seguro de todas as informações contidas nos processos. “Considerando aspectos de gestão, podemos citar a correta contabilidade dos procedimentos, a possibilidade de uma análise rigorosa da atuação dos profissionais e do uso de materiais, o controle para a não realização de procedimentos desnecessários e também a redução dos custos gerais”, exemplifica Luiz Normanha.

Com relação ao nível operacional, o diretor ele diz que é importante se ter pontos de acesso, por meio de computadores, estrategicamente colocados nos setores do hospital/unidade de saúde. “Esta atitude propicia, de forma ágil, pesquisas e inserção de informações necessárias para o acompanhamento dos episódios e tomada de decisão”, completa.

Ferramentas – As soluções de TI para a informatização de hospitais e unidades de saúde devem prover uma comunicação eficiente entre todos os setores hospitalares envolvidos nos processos de assistência, registro, diagnóstico e tratamento do paciente. De acordo com Luiz Normanha, as soluções podem ser divididas, basicamente, em três grandes grupos de sistemas integrados a um sistema de Prontuário do Paciente (PEP).

Os Sistemas de Informações Hospitalares (HIS – Hospitalar Information System) fazem parte deste grupo. Por meio dele é possível, por exemplo, fazer pré-admissões, admissões e altas de pacientes, elaborar estatísticas dos Registros Médicos e fazer o BI (Bussines Intelligence), que pode ser traduzido como Sistema de Inteligência de Informações Clínicas. “Além deles, há os Sistemas de Gestão Integrada de Recursos (ERP) e os Sistemas Especialistas, que tem como destaque o Controle de Infecção Hospitalares (CIH)”, enumera Luiz Normanha.

Além disso, como grande parte das instituições já informatizaram seus setores básicos, como evolução, as unidades hospitalares estão em busca da interação do médico com a TI, como conta o gerente operacional da MCJ, Flávio Coimbra. “Esta funcionalidade coloca todos os processos e atividades médicas do dia a dia parametrizadas em seu recurso tecnológico, permitindo ao médico agilidade no preenchimento de dados e vínculo com os demais segmentos que utilizam estes dados para geração de informações estatísticas e gerenciais, como por exemplo, o Custo Hospitalar”, completa.

Formação do profissional e infraestrutura – Como a TI é uma ferramenta utilizada por um profissional, para o melhor andamento do trabalho, o diretor da Assespro-MG, Luiz Normanha, aconselha que o usuário das ferramentas tecnológicas tenha conhecimentos multidisciplinares, com foco em saúde. “Sua formação deve abranger administração de serviços ao consumidor, gestão de pessoas, contabilidade, planejamento de gestão estratégica, ética médica e políticas do setor, marketing, responsabilidade social, entre outras”, exemplifica.

Para se adequar a esta realidade, hospitais e clínicas precisam, além de toda uma infraestrutura tecnológica que envolve computadores, servidores, rede de computadores e acesso à internet, que a instituição esteja disposta a reestruturar os processos internos, conforme Flávio Coimbra. “Informatizar é mudar processo em busca de melhores resultados”, ressalta.

A necessidade de transformar produtos e serviços caros e complexos em itens de maior qualidade, menor custo e acesso mais conveniente não é um desafio exclusivo do setor de assistência à saúde, como observa Luiz Normanha. “Na verdade, uma nova ordem está sendo amplamente discutida no mundo e essa ruptura virá com novos modelos de gestão que propõem soluções que simplifiquem o problema tecnológico, tornando seu uso mais simples, um modelo de gestão capaz de levar essa solução simplificada ao mercado por um preço justo e mais barato”, finaliza.

TI e biologia: aliadas na identificação segura de dados

Júnia Leticia

A crescente necessidade de aumentar o nível de segurança e evitar fraudes tem forçado o desenvolvimento de novas tecnologias que confiram mais tranquilidade nas transações e nos relacionamentos. Uma dessas soluções é a Biometria, tecnologia que utiliza características biológicas em mecanismos de identificação, entre elas, a íris e a retina do olho, a impressão digital, a voz, o formato do rosto e a geometria da mão.

Uma das áreas em que a Biometria é demandada é de segurança na implementação e funcionamento de políticas públicas. Se por um lado o grande crescimento de programas sociais, como o Bolsa Família e a Farmácia Popular, geraram um impacto positivo na vida do cidadão em todas as partes do país, de outro representa um enorme desafio às instâncias governamentais para facilitar o acesso da população aos benefícios e garantir segurança a todo o processo.

Um dos sistemas de funcionamento desta tecnologia consiste na utilização de um cartão contendo chip, onde estão gravadas informações do indivíduo, em especial, sua impressão digital. Um aparelho lê esses dados enquanto o usuário coloca o polegar sobre um outro dispositivo. O sistema compara cartão e a digital verdadeira e, confirmada a compatibilidade, a movimentação do benefício é liberada.

Outro exemplo de solução é a de identificação facial, como conta a diretora adjunta da Montreal Informática, Lúcia Alvarenga. Atualmente a empresa desenvolve um projeto de desenvolvimento da tecnologia de reconhecimento facial com apoio acadêmico da PUC-RJ e financiamento da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), do Ministério de Ciência e Tecnologia. “A ideia é permitir que a identificação de pessoas possa ser realizada, além das comparações de impressão digital, também pela imagem facial”, esclarece.

As inúmeras aplicações da Biometria faz com que a identificação digital esteja em franco crescimento justamente pelo impacto social que causa. Segundo Lúcia Alvarenga, todas elas ajudam governos a melhorar o desempenho de uma série de serviços, a começar pela identificação civil e a segurança pública. “O entusiasmo com que trabalhamos nesses projetos vem justamente desse fato. Percebemos que o impacto da tecnologia realmente ajuda a melhorar a vida das pessoas”, diz.

Apesar de o assunto estar mais em evidência agora, algumas dessas biometrias, como a impressão digital, já são usadas há mais de 100 anos como método de identificação, especialmente na área policial, em investigações e solução de crimes, como conta o diretor da Área de Identificação Digital da Montreal, Antônio Carlos Censi. “Agora a Biometria está se disseminando em aplicações para outras áreas, como a financeira, de saúde, controle de acesso, entre outras”, completa.

Nos últimos dez anos, a computação tem sido utilizada como ferramenta tecnológica para a identificação por impressões digitais. Isso permite que grandes volumes de dados sejam tratados e seu uso facilitado na identificação civil. “O sistema apresenta uma altíssima precisão, cerca de 98% de acertos, permitindo a identificação unívoca das pessoas e a redução das fraudes e crimes. Como as características físicas das pessoas não podem ser alteradas nem perdidas, elas se tornam um eficiente meio para a identificação com alto índice de precisão”, esclarece Antônio Carlos Censi.

Uso por empresas privadas – Nas organizações privadas, a o uso da Biometria também é crescente, como observa o conselheiro de Normas e Ética da Associação das Empresas Brasileiras de Tecnologia da Informação de Minas Gerais (Assespro-MG), Marcos Brafman. Utilizada para ter mais segurança no controle da frequência do trabalhador, empresas estão cada vez mais aderindo ao ponto digital, que permite a identificação do funcionário por meio das digitais.

Segundo o Marcos Brafman, além da freqüência de funcionários, a Biometria possibilita o controle de acesso de pessoas em ambientes restritos. “O sistema pode ser utilizado para catracas eletrônicas, controle de ponto, entre outras. Porém, para cada projeto, é necessário se analisar a real possibilidade de seu uso”, diz.

Existem casos em que a Biometria é altamente indicada. Mas em outros, quando o volume de pessoas é muito grande e o acesso é rápido, não é aconselhado. “Pode ser que alguma característica biométrica mude e o sistema não seja eficaz”, completa Marcos Brafman.

O conselheiro de Normas e Ética da Assespro-MG fala que a tendência que os avanços na Biometria sejam crescentes. “É uma tecnologia que vem sendo desenvolvida constantemente e é o caminho natural para a identificação das pessoas. Além disso, o desenvolvimento do sistema possibilita a geração de mais negócios para as empresa”, acrescenta.

Certificação digital agiliza processos

Júnia Leticia

A internet há tempos se consolidou como ferramenta de comunicação imprescindível e o número de usuários não para de crescer. Segundo dados do Ibope Nielsen Online, empresa líder na medição da internet brasileira, em agosto de 2009, 37,3 milhões de pessoas usaram a rede no trabalho ou em casa, crescimento de 2,3% sobre os 36,5 milhões registrados no mês de julho. A quantidade de acessos no trabalho ou em residências, que era de 44,5 milhões, cresceu 5% e chegou a 46,7 milhões.

Alguns dos fatores que contribuem para o aumento do uso da rede são a praticidade e a economia, de tempo e dinheiro. Com a correria diária, a tecnologia facilita a vida de pessoas em diversos aspectos, como para fechar negócios, fazer compras e estudar. Entretanto, com a necessidade crescente de garantir autenticidade, expressar concordância ou declarar responsabilidade no universo eletrônico, a criação de mecanismos que possibilitem segurança nas relações é essencial. É aí que entra em cena a certificação digital e conceitos relacionados, como assinatura digital.

Segundo o diretor geral da ServCom Serviços de Computação, empresa que comercializa softwares para automação de cartórios e hotéis, Wanderson Reis, a certificação digital é um mecanismo utilizado em transações eletrônicas. O objetivo do mecanismo é garantir autenticidade, confidencialidade e integridade às informações trocadas entre duas ou mais partes (pessoas e/ou instituições).

Ele explica que a certificação funciona da seguinte forma: “uma das partes que deseja enviar um documento e/ou dar autenticidade a determinado ato adquire um certificado digital, documento eletrônico que possui a identificação pública da pessoa ou entidade e que deve ser validado por uma outra entidade, a Certificadora. A pessoa ou instituição envia eletronicamente o documento e inclui uma outra parte de sua chave, o que garante a autenticidade do ato”, conta.

A chave a que o diretor da ServCom faz referência é um conjunto de bits baseado em um determinado algoritmo capaz de cifrar e decifrar informações. É a partir deste mecanismo eletrônico é que obtida a assinatura digital, utilizada na certificação digital. “A eficiência do sistema é garantida pelo uso de algoritmos (programas de embaralhamento de dados) extremamente complexos que são utilizados pelas entidades Certificadoras para garantir a autenticidade e unicidade de cada certificado emitido”, explica Wanderson Reis.

Além da segurança nas transações, os benefícios da certificação digital se estendem desde a economia de papel, rapidez no trâmite de documentos, além da redução de custos com tempo e despesas de cartórios, como observa Wanderson Reis. “A certificação digital hoje é empregada em quase todas as trocas de informações com os entes governamentais (INSS, Receita Federal etc) e no campo não-governamental na eliminação de burocracia e garantia maior de autenticidade, seja na troca de documentos, seja na substituição da assinatura convencional”, fala.

A praticidade dos processos que possibilita a certificação digital é confirmada pelo contador da ACF Contabilidade, Antônio Carlos Ferreira Gomes. Segundo ele, o sistema agilizou o trabalho no escritório. “O processo é mais simples e imediato e proporciona economia de tempo e dinheiro, já que diminui as idas do funcionário à Receita Federal”, diz.

Oportunidades para o setor de TI – Devido ao aumento do uso da internet e das transações realizadas por meio da Web, a tendência é que a utilização da certificação e da assinatura digital seja difundido. E para deslanchar, a certificação digital precisa de softwares para gestão. Com isso, as empresas do setor de TI devem apostar em um mercado promissor pela frente.

De acordo com o diretor de Automação da Associação das Empresas Brasileiras de Tecnologia da Informação de Minas Gerais (Assespro-MG), Alcides Junqueira, a difusão do uso da certificação digital pode ser comprovada pela implantação de novos processos. “Um deles é o estabelecimento da obrigatoriedade da emissão de Notas Fiscais de Serviços Eletrônica (NFS-e) pela Prefeitura de Belo Horizonte, a partir de 1º de novembro. Para a emiti-la, é indispensável que o emissor possua certificação digital”, conta.

A possibilidade de geração de negócios para o setor de TI é confirmada pelo diretor da Assespro-MG. “Com o aumento do uso da certificação digital, adicionalmente há um mercado no qual é necessário o uso da tecnologia para implementá-la. A consequência é o fomento do mercado de TI. Quem trabalha diretamente com isso, vai ter um aumento de negócios”, observa Alcides Junqueira.

Como obter uma certificação digital - A emissão da Certificação Digital só pode ser feita presencialmente. Para obtê-la, o interessado deve procurar uma Autoridade Certificadora (AC), preencher um formulário com seus dados e pagar uma taxa que varia de acordo com o modelo do documento.

O próximo passo é se apresentar em uma Autoridade de Registro (AR), órgão autorizado pelo Instituto Nacional de Tecnologia da Informação (ITI) a emitir certificados digitais. O ITI é a primeira autoridade da cadeia de certificação, a chamada AC Raiz, que emite e controla a Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira(ICP-Brasil), modelo de certificação digital adotado no País.

Na AR, o interessado deve apresentar a carteira de identidade ou passaporte – no caso de estrangeiros – CPF, título de eleitor, comprovante de residência e número do PIS/PASEP. Para pessoas jurídicas é exigido registro comercial, no caso de empresa individual, ato constitutivo, estatuto ou contrato social, CNPJ e documentos pessoais da pessoa física responsável.

Atualmente, existem sete ACs no Brasil que emitem certificados, tanto para pessoas físicas quanto jurídicas. Em Belo Horizonte, uma delas é a Companhia de Tecnologia da Informação do Estado de Minas Gerais (Prodemge), que emite e-CPF, e-CNPJ, e-NF e e-CPF Simples.

Segurança contra apagões

Júnia Leticia

Com a incidência de raios e os consequentes apagões, muitas empresas se deparam com sistemas perdidos e computadores queimados devido a curtos-circuitos. Para minimizar os prejuízos, a instalação de data centers é uma alternativa adotada por muitas delas. Seja terceirizado ou na própria empresa, a solução é essencial para assegurar as informações.

Espaço físico projetado para armazenamento de computadores e sistemas de corporações, os data centers são fundamentais para empresas que necessitam de um ambiente de alta disponibilidade e confiabilidade. A observação é feita pelo vice-presidente da Associação das Empresas Brasileiras de Tecnologia da Informação de Minas Gerais (Assespro-MG) e diretor da Seven Informática, Eduardo Zambaldi. “Este ambiente deve garantir energia elétrica de qualidade, conexões com Internet estáveis, segurança física com vários níveis de acesso e monitoração constante”, ressalta.

A segurança dos dados em um data center é garantida por uma estrutura que conta com nobreaks e geradores a diesel. “Esses recursos garantem uma segunda fonte de energia elétrica aos equipamentos nele alocados. Por isso, em caso de apagão, a estrutura está melhor preparada para situações de pane no fornecimento de energia elétrica”, conta Eduardo Zambaldi.

A conservação da segurança dos dados é uma preocupação que independe do porte da empresa, seja ela pública ou privada. O assunto merece tanta atenção que, no âmbito da administração pública, a Companhia de Tecnologia da Informação do Estado de Minas Gerais (Prodemge) foi a primeira empresa de Tecnologia da Informação do Brasil a possuir um data center com a classificação Tier 3 da norma EIA/TIA 942 do Uptime Institute, como informa o diretor de Negócios da instituição, Nathan Lerman.

A classificação Tier 3 é que determina o padrão de desempenho do data center de uma empresa de acordo com o seu tipo de serviço, no caso, “empresas que oferecem suporte 24x7x365 a clientes internos e externos, permitindo manutenções programadas sem interrupção dos serviços”, de acordo com o diretor.

Empresa de tecnologia de informação do governo de Minas Gerais, a Prodemge dispõe de infraestrutura tecnológica para informatização da administração pública estadual, dos poderes Judiciário e Legislativo e dos municípios mineiros. Devido à necessidade de garantir a segurança das informações, a instituição recentemente reformou seu data center. “Com isso, os clientes ganham em segurança, confiabilidade e alta disponibilidade”, explica.

Na Prodemge, o data center ocupa uma área superior a 400m², sendo 110m² da sala-cofre que abriga todos os ativos críticos dos sistemas do Estado. Mas para quem não dispõe deste espaço, há a opção de terceirizar os serviços, como conta o diretor da Assespro-MG, Eduardo Zambaldi. “Um data center ou CPD (Centro de Processamento de Dados) pode ser criado em um local específico de uma empresa. Porém, devido ao alto custo operacional, muitas estão optando em terceirizar esta estrutura”, diz.

Segundo o diretor da Seven, o data center terceirizado oferece espaço para servidores de clientes. Neste espaço (racks), o cliente pode fornecer servidores em formato Torre ou Rack. “O data center oferece serviços de segurança física dos servidores, banda internet para o sistema e instalações/administrações de sistemas operacionais e banco de dados”, explica. Existe, também, a opção de oferta de servidores virtuais, criados em sistemas de Storage do data center. “A virtualização de servidores garante mais estabilidade e segurança da informação, pois rodam sobre equipamentos de última geração”, acrescenta.

A probabilidade de perda de informações pode ser minimizada por meio de servidores redundantes e políticas de backup, segundo Eduardo Zambaldi. Com relação à descoberta de informações por hackers, ele fala que, uma vez que os servidores estão disponíveis para a Internet, os cuidados com a segurança lógica devem ser tomados em qualquer local, seja na empresa ou no data center terceirizado. “Geralmente o data center já oferece proteções por firewall, conjunto de ferramentas que servem para proteger a rede de computadores de ataques oriundos da internet.”

O data center funciona 24 horas por dia, sete dias por semana e 365 dias por ano, por isso, deve contar com redundâncias de energia elétrica e link com a Internet, além de disponibilizar profissionais especializados para monitoração dos serviços e atendimento em qualquer horário ou dia da semana. “Com a terceirização, isso é mais viável”, observa Eduardo Zambaldi.

Seja para aumentar a qualidade do serviço que a empresa presta a partir de seus servidores, garantir energia elétrica mesmo em momentos de apagão ou o acesso à Internet por meio de links de fibra óptica ou rádio redundantes, a opção pela terceirização é uma alternativa que também garante redução de custos operacionais. “Com isso, é possível focar no negócio da empresa, uma vez que não se tem uma estrutura que requer atenção 24 horas”, conta.

Para se contratar um data center, é necessário realizar reuniões para apresentação das necessidades, dimensionar equipamentos, banda internet e links ponto-a-ponto, apresentação de proposta comercial e instalação dos servidores. “também é fundamental a definição da rede, configurações de firewall, instalação das aplicações, migração de dados, testes e publicação do serviço, tudo acertado em contrato”, completa.

SOA agiliza processos e reduz custos

Júnia Leticia

Obter mais agilidade no desenvolvimento de soluções de negócios e reduzir custos. Estas são algumas das vantagens oferecidas pelo Service-oriented architecture (SOA), em português, arquitetura orientada a serviços. Com o princípio de que funcionalidades implementadas pelas aplicações devem ser disponibilizadas na forma de serviços, SOA é um estilo de arquitetura de software que possibilita fazer mais com os recursos já existentes na empresa para alcançar melhores resultados, com menores custos.

Com SOA, uma empresa usuária de serviços e que precisa mudar seus processos de negócio pode fazê-lo rapidamente, apenas com conhecimento no nível de negócios sobre os serviços envolvidos, como conta o gerente de TI da Fácil Informática, Adriano Silveira. “Isto permite mudanças muito mais rápidas e corte de custos, fazendo com que a companhia atinja os benefícios dos novos processos mais rapidamente”, acrescenta.

Como exemplo, ele diz que, se a empresa fornece serviços, poderá, com SOA, retirar um sistema legado caro e substituir por um de melhor custo, sem nenhum trauma. “A área de TI também se beneficia com uma maior organização dos produtos de software e hardware disponibilizados aos usuários, facilitando o gerenciamento do crescimento dos sistemas corporativos”, completa o gerente de TI da Fácil.

O ponto central da SOA é que, com ela, a área de negócios pode dizer somente o que fazer e do que ela precisa, e não como fazer, conforme Adriano Silveira. “O funcionário que solicita algo à TI não tem que se preocupar em saber sobre como o serviço será feito”, fala. Segundo ele, a partir de uma necessidade de negócio, esta é disponibilizada dentro de um barramento de serviços (ESB - Barramento de Serviços Empresariais), sem que a área de negócios necessite saber qual tecnologia foi adotada, qual linguagem foi utilizada, como o serviço foi integrado ao barramento, entre outros.

A arquitetura orientada a serviços também pode auxiliar no alinhamento das estratégias de TI, como fala o diretor da Assespro-MG, Antônio Geraldo Mota. “Isso é feito por meio da disponibilização de um catálogo de serviços de software que atendam às necessidades dos processos de negócio, provendo agilidade e padronização no atendimento às demandas”, aponta.

O gerente de TI da Fácil Informática completa dizendo que, por meio do BPM (Business Process Modeling, ou Modelagem de Processos de Negócio), as empresas podem modelar seu ambiente de negócios, alinhando toda a estrutura de TI existente, ou a ser construída, com as estratégias de negócio. “São utilizados métodos, técnicas e ferramentas para analisar, desenhar, publicar, otimizar e controlar processos, envolvendo recursos humanos, aplicações, documentos e outras fontes de informação.”

Com emprego em praticamente qualquer negócio que possua um ambiente heterogêneo de dados, processos e negócios, atualmente, no Brasil, há uma grande variedade de aplicações para SOA. “Cada uma com sua especialidade e a possibilidade de integração via arquitetura orientada a serviços. Obviamente, é necessário evitar exageros nessa variedade de adoção, pois integrar também dá trabalho e gera custos”, ressalta Adriano Silveira.

Conceito – Tendo como principais conceitos Processos de Negócio, Catálogo de Serviços, Barramento de Serviços Corporativos (ESB - Enterprise Service Bus), Orquestração (Business Process Management) e Componentes de Software, SOA não é um novo conceito, conforme o diretor da Assespro-MG, Antônio Mota. “E com o amadurecimento dos métodos e das tecnologias de software para suporte à implementação de SOA, aliado à necessidade de agilidade e padronização cada vez por parte do negócio, a tendência é que este tipo de arquitetura de implementação de software se torne um padrão no médio prazo”, observa.

A evolução e o amadurecimento do conceito de SOA nos últimos anos, bem como das tecnologias e métodos que o suportam, tem feito com que o mercado fique cada vez mais preparado para auxiliar as corporações na adoção deste conceito e da tecnologia associada a ele, como nota o gerente de desenvolvimento da Auge Tecnologia & Sistemas, Haroldo Meirelles. “Entretanto, o domínio do conhecimento e das tecnologias envolvidas ainda está restrito aos grandes fornecedores de tecnologia e consultoria de processos.”

Esse conceito está sendo absorvido paulatinamente, como observa o gerente de TI da Fácil Informática, Adriano Silveira. Isso pode ser notado pela razoável demanda por cursos, especializações, consultorias e outros serviços relacionados. Mas ainda não há muitas opções de contratação. “O instituto Gartner ressalta que, até 2010, menos de 25% das grandes corporações terão desenvolvido as habilidades técnicas e organizacionais necessárias para entregar a arquitetura orientada a serviços em toda a organização”, revela.

Contudo, a cada ano, essa oferta vem aumentando e a tendência é que, com o tempo, o mercado esteja cada vez mais preparado para atender a adoção de SOA nas corporações. Por isso ele acredita que SOA é um caminho sem volta e com grande possibilidade de sucesso. “Apesar das dificuldades iniciais de se implementar esse estilo de arquitetura e da baixa aceitação inicial de muitas corporações, as vantagens a médio e longo prazo justificam os investimentos, principalmente em mercados de muita volatilidade”, aponta Adriano Silveira.

Segundo ele, as empresas terão que, a cada dia, se adaptar mais rapidamente às mudanças e uma boa maneira para ajudar a alcançar esse objetivo é a adoção de SOA. “De acordo com estimativas do Gartner Group, o desenvolvimento orientado a serviços mudará a forma de se construir, empacotar e vender sistemas, em mais de 80% das empresas de software”, observa Adriano Silveira.

Para se iniciar a adoção de SOA nas empresas, o gerente de desenvolvimento da Auge Tecnologia, Haroldo Meirelles, conta que é preciso conhecimento e mapeamento dos processos críticos de negócio e das aplicações de software que suportam estes processos. “Além disso, é preciso a aquisição e implementação de tecnologias de software que possibilitem a disponibilização de um catalogo de serviços, a implementação de um barramento de acesso a estes serviços e a componentização das aplacações que suportam os processos críticos de negócio”, explica.

Cenário favorável para o setor de TI em MG

Na última década, o setor de Tecnologia da Informação (TI) tem colocado a capital mineira em destaque no cenário nacional. Apontada como a segunda cidade no Brasil no volume de empregos gerados pelo setor, segundo dados da pesquisa A Visão de Futuro em TI e as Competências Necessárias à Competividade, realizada pela Sociedade Mineira de Software (Fumsoft) em 2007 e publicada em 2008, Belo Horizonte tem atraído a atenção de gigantes do setor, como a norte-americana Google, que já está na cidade, e a indiana Infosys, que se prepara para instalar-se em Nova Lima.

A publicação do Decreto 6.945/2008, que regulamenta a desoneração de encargos previdenciários para empresas do setor de Tecnologia da Informação e Comunicações (TICs), a publicação do decreto 13.679 que concede incentivos fiscais concedidos pela Prefeitura de Belo Horizonte, somado aos investimentos da Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior de Minas Gerais (Sectes-MG) e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig) apresenta perspectivas ainda mais promissoras para setor no Estado, segundo Osmar Aleixo, coordenador do Arranjo Produtivo Local (APL) de Eletroeletrônicos, projeto estruturador do Governo de Minas coordenado pela Sectes.

De acordo com Osmar Aleixo, a Secretaria tem um conjunto de ações que estão consignadas no Projeto Estruturador de Arranjos Produtivos Locais, dentre eles o APL de Software, baseado da região de Belo Horizonte e Viçosa e o APL de Eletroeletrônicos, na região de Santa Rita do Sapucaí, no Sul de Minas. “Este ano tivemos um orçamento da ordem de R$ 6 milhões. O governo do Estado investiu, dentro do APL, no conjunto de ações que vão desde a melhoria da gestão das empresas, passando por editais de novos projetos para promover a inovação de produtos”, conta o coordenador do APL de Eletroeletrônicos. Para 2010, são esperados investimentos da mesma ordem.

A publicação, no final de agosto, pelo Diário Oficial da União, do Decreto 6.945, que regulamenta a Lei 11.774/2008, antiga Medida Provisória 428, aprovada em setembro do ano passado pelo Congresso Nacional e que trouxe modificações à Lei do Bem (Lei 11.196/2005), que prevê uma série de incentivos fiscais dedicados à inovação tecnológica, também foi comemorada pelo coordenador do APL de Eletroeletrônicos. “Com relação à Lei do Bem, nossa expectativa é a melhor possível. Esses benefícios foram responsáveis pelo aumento da competitividade e eu diria até pela eliminação do mercado cinza, formado por importados que vinham do Paraguai”, diz Osmar Aleixo.

A Lei do Bem e o conjunto de incentivos fiscais possibilitarão a geração de empregos e a redução do custo dos equipamentos produzidos no país. “O custo desses produtos baixou em contrapartida aos benefícios de isenção fiscal que foram concedidos. Isso possibilitou, com o menor preço dos equipamentos, concorrer diretamente com os que eram importados via Paraguai. O benefício foi muito grande. Eu diria até que ampliou a geração de empregos aqui no Brasil, particularmente em Santa Rita do Sapucaí, que é um dos fornecedores dessa cadeia produtiva”, ressalta o coordenador do APL de Eletroeletrônicos.

Geração de empregos – Segundo os dados da Fumsoft, de 2000 a 2007, o volume de empregos gerados pelo setor de TI em Be¬lo Horizonte subiu 358%, passando de 1.579 para 7.240. Com esse resultado, a cidade, que ocupava a quarta posição no ranking nacional, passou Brasília e Rio de Janeiro é a vice-líder, atrás de São Paulo, que tem 9.354 profissionais do setor, 54% a mais que no início da década.

Entre os fatores que impulsionaram o crescimento, estão a organização das entidades, como a Associação das Empresas Brasileiras de Tecnologia da Informação de Minas Gerais (Assespro-MG), que se uniram para desenvolver a área, o volume de empregos gerados pelo setor, e a atuação do governo, que colocou o setor entre seus projetos prioritários. Uma demonstração da iniciativa governamental é a instalação do Parque Tecnológico de Belo Horizonte (BHTEC), que está sendo construído na Pampulha.

Uma parceria entre a Prefeitura de Belo Horizonte, o Governo de Minas e Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), o Parque Tecnológico virou realidade por meio do projeto de lei 1.640/08. Estão previstos investimentos de R$ 1,15 milhão por parte da PBH e na ordem de serviço o prazo previsto para conclusão dos aportes é de 210 dias. Para o presidente da Assespro-MG, Ian Campos Martins, um dos benefícios do BHTEC é estabelecer uma ponte entre o setor produtivo e instituições que produzem conhecimento. “Isso atrairá empresas de grande valor agregado que trabalham com alta tecnologia”, analisa.

Pólo na geração de pesquisa e novas tecnologias em Belo Horizonte, por meio da cooperação entre a universidade e empresas, o BHTEC vai abrigar laboratórios de pesquisa, empresas de serviço e outras, cujo produto final seja baseado em tecnologia avançada - como as do setor de biotecnologia e de tecnologias de informação. “Aproximar a pesquisa científica das necessidades da indústria mineira contribui para a ampliação da oferta de emprego na cidade”, revela Ian Martins.

O setor é constituído, em sua maioria, por micro e pequenas empresas de TI, que são 94,2% do total. As grandes são apenas 0,9% e ganharam reforço este ano, quando a Infosys instalou em Nova Lima sua sede brasileira e a primeira na América do Sul. Na América Latina, a Infosys só está presente no México. “A indiana chegou a cogitar a implantação no Estado de São Paulo, mas o custo da mão de obra pendeu a balança para o lado mineiro. Pesou ainda o fato de Belo Horizonte ter um consulado indiano, que não existe em São Paulo”, informa o presidente da Assespro-MG.

A empresa é a segunda maior em TI da Índia, atrás apenas da Tatá Consultancy Services (TCS). São 103 mil empregados em 50 escritórios no mundo inteiro. Em Minas serão 80 vagas, a princípio. Até o fim do ano, o número pode chegar a 300. A capital mineira também recebeu, recentemente, o centro de capacitação em TI de outra indiana, a Aptech Worldwide Limited. A Empresa vai atuar por meio de uma joint venture com a belorizontina Triple AIT Services. Este primeiro centro da Aptech no Brasil será operado e gerenciado por ambas as partes, indiana e brasileira, com uma gradual transferência de tecnologia da parte indiana. O programa de treinamento é voltado para jovens de 17 a 24 anos.

Surpreender o cliente gera diferencial competitivo

Júnia Leticia

Apesar da competitividade do mundo atual e da mecanização dos processos de produção, o objetivo de qualquer trabalho é atender a necessidades humanas. É a isso que se propõe o 68º Café da manhã empresarial Entendendo e Surpreendendo o Cliente – Uma solução Mágica, que será promovido pela Associação das Empresas Brasileiras de Tecnologia da Informação de Minas Gerais – Assespro-MG no dia 26 de agosto. O evento visa mostrar que, mesmo no século 21, a grande preocupação das empresas deve ser o cliente.

Ter iniciativa, flexibilidade, criatividade e buscar sempre o autodesenvolvimento são alguns dos itens que se tornaram essenciais, tanto para empresas, como para os profissionais, independente de nível hierárquico. A competitividade atual é consequência do processo de reengenharia surgido na década de 1980, quando, apesar dos grandes investimentos de empresas norte-americanas em TI, os resultados, em termos de produtividade, eram insignificantes. O motivo fundamental era a falta de compreensão de que as empresas eram estruturadas em processos, e não em atividades.

Segundo o administrador de empresas, com MBA em Gestão Estratégicas de Negócios, Paulo Azevedo, que abordará o tema Entendendo e Surpreendendo o Cliente, a falta de conhecimento dos processos pode prejudicar o fechamento de um negócio. “Por que um cliente compra em determinada loja, utiliza um determinado serviço, mesmo sabendo que há opções mais baratas? Porque ele vai onde é melhor atendido”, observa.

Para entender o cliente, o profissional precisa, primeiramente, ouvi-lo. “Escutar o que ele quer e precisa, e não tentar empurrar o que quer vender. Se o profissional detectar o que o cliente quer e estiver disposto a se entregar no atendimento, vai surpreendê-lo”, diz Paulo Azevedo. De acordo com ele, para prestar um serviço de excelência, é importante descobrir as necessidades latentes dos clientes.

Para isso, segundo o administrador, é necessário agir empaticamente às suas vontades, que são manifestadas não somente por meio de palavras. Conforme estudo do psicólogo e professor da Universidade da Califórnia (UCLA), Albert Mehrabian, pioneiro da linguagem corporal na década de 1950, cerca de 7% da mensagem é verbal (somente palavras), 38% é vocal (incluindo tom de voz, inflexão e outros sons) e 55% não-verbal.

Conhecedor do conceito de linguagem corporal, o administrador utilizando movimentos lúdicos e da arte da mágica, demonstra que é possível a todos os profissionais encantarem o cliente. “Todos em uma organização têm de pensar e agir na mesma frequência, desde o diretor, até aquele que deixa o chão da fábrica limpo, porque todos estão envolvidos no processo de atender os clientes”, ressalta.

Como exemplo, Paulo Azevedo diz que o mau atendimento de uma ligação telefônica por parte de um funcionário de um setor como a contabilidade, que no dia-a-dia pode não lidar diretamente com o cliente, pode influenciar o conceito que ele tem sobre toda a empresa. “Isto se aplica também a profissionais de TI, que em muitos casos trabalham como autônomos”, completa.

Responsabilidade pela formação – O investimento constante na formação, que tem como objetivo a sinergia, gera excelentes resultados para todos os envolvidos no processo de desenvolvimento de uma empresa. “A organização tem que trabalhar como um time, preparando os funcionários para eles saberem como devem desenvolver suas atividades. Para isso, é necessário ter metas definidas e uma missão clara”, diz Paulo Azevedo.

O administrador rebate a resistência de alguns empresários em investir na formação profissional de seus funcionários enfatizando o ganho para a empresa. “Muitos deles argumentam que após a formação, o colaborador foi trabalhar em outra empresa. Mas em todos os investimentos há riscos e é melhor perder um funcionário treinado que não esteja satisfeito, do que não ter uma equipe preparada e competitiva”, argumenta.

Caso a empresa não se preocupe com o desenvolvimento profissional de seus funcionários, o palestrante aconselha que cada um busque aprendizado por conta própria. “É o conceito S.A. O colaborador não trabalha para ninguém, e sim para ele mesmo. Quanto melhor forem os serviços oferecidos por ele, mais visto e requisitado o profissional será. E o contrário também é verdadeiro: se fizer um mau serviço, todos vão comentar e aumentarão as dificuldades para se recolocar no mercado de trabalho. A formação é essencial para se manter no mercado”, ressalta.

Medida preventiva – Para evitar transtornos e prejuízos à saúde da empresa, o administrador Paulo Azevedo alerta que o melhor remédio é a prevenção, que pode ser feita com o diagnóstico do que pode causar problemas aos negócios. “É preciso estar atento às reclamações dos clientes, ouvi-las com paciência, entendê-las e tentar solucioná-las. Quando o cliente reclama, na verdade está dando a oportunidade de corrigir o erro”, conclui.

O administrador chama a atenção para que, aliado às reclamações, não esquecer de dar atenção aos clientes que não apresentam queixas. “Todos eles mantêm a empresa e por isto é necessário dar foco total. Quando se perde um cliente, fica muito difícil reconquistá-lo e cerca de 70% deles se afasta de uma empresa por mau atendimento. Desta forma, é muito importante que uma organização prepare seus funcionários para trabalharem de acordo com a sua filosofia de encantamentos”, finaliza Paulo Azevedo.

O 68º Café da manhã empresarial Entendendo e Surpreendendo o Cliente – Uma solução Mágica será promovido pela Assespro-MG no dia 26 de agosto (quarta-feira), de 8h às 10h, no Auditório da Fumsoft – Av. Afonso Pena, 4000/3º andar, Mangabeiras. O investimento para associados é R$ 40 e para não-associados, R$ 60. Informações: (31) 3281-4220.

Novas tecnologias e preocupação ambiental

Júnia Leticia

A preocupação com o destino dado aos resíduos eletroeletrônicos no Brasil tem preocupado os ambientalistas, que alertam sobre o perigo causado por eles ao meio ambiente. Com a crescente facilidade para comprar computadores e com a implementação de programas federais de inclusão digital, a conscientização da sociedade civil acerca do problema é fundamental.

Assim como ocorre em países desenvolvidos, os ciclos de substituição de produtos estão cada vez mais acelerados. De acordo com estimativa da consultoria IT Data, os computadores são substituídos a cada quatro anos nas empresas e a cada cinco anos pelos usuários domésticos.

A alternativa mais rápida para eliminar esses produtos, a incineração, não é sustentável. Além de liberar na atmosfera diversos gases, como os altamente tóxicos e cancerígenos PAH (hidrocarbonetos policíclicos aromáticos), a prática acarreta problemas relacionados ao combustível gasto para a realização da queima.

As pressões de grupos de defesa do consumidor e de organizações ambientais vêm surtindo efeitos positivos na eliminação dos componentes tóxicos dos eletrônicos e na responsabilização dos fabricantes pela destinação do lixo eletrônico. O Greenpeace, por exemplo, elabora uma lista periódica apontando a posição dos fabricantes no ranking verde.

No Brasil, o projeto de lei em tramitação que aborda o assunto é a Política Nacional de Resíduos Sólidos. Consolidado em abril desse ano, em seu artigo 33, o projeto define a atribuição de responsabilidade de coleta, reciclagem e deposição adequadas dos resíduos eletroeletrônicos aos respectivos produtores, importadores, distribuidores e comerciantes.

Apesar de a prática ser diferente da teoria, é possível encontrar exemplos de empresas conscientes de sua responsabilidade ambiental. Uma delas é a AIX Sistemas, especializada no desenvolvimento de softwares para instituições de ensino. A empresa doou 13 computadores, dois monitores e outros materiais, como fonte e memória, para o Centro de Recondicionamento de Computadores (CRC) BH Digital, oficina adaptada para o processo de recepção de equipamentos usados.

O CRC BH Digital faz parte da rede nacional do Projeto Computadores para Inclusão – CI do governo federal. O projeto possibilita o reaproveitamento de equipamentos usados, que são recondicionados por jovens em formação profissionalizante. O seu objetivo principal é possibilitar à população que não tem acesso a um computador adquirir um equipamento de qualidade.

A política de atuação do Projeto CI vai de encontro ao foco da AIX Sistemas, que é contribuir para a melhoria da educação brasileira. Segundo o gerente de marketing e coordenador da Comissão de Responsabilidade Social da empresa, Reginaldo Rosa, há dois anos a empresa já tem o hábito de recuperar suas próprias máquinas e doá-las para entidades carentes.

Mesmo com a iniciativa, a empresa encontrava dificuldades para realizar o serviço. “Era um trabalho legal, mas tinha uma deficiência: encontrar uma pessoa com disponibilidade para melhorar a configuração da máquina. Também tínhamos a preocupação de doar um equipamento que seria útil, com uma configuração adequada”, conta Reginaldo Rosa.

A solução encontrada pela Comissão de Responsabilidade Social da AIX foi possibilitada pelo programa federal. “Lá eles têm técnicos que são remunerados para executar o trabalho e tornar o sistema utilizável. Caso contrário, descartam de uma forma que atenda às questões ambientais”, comemora o gerente de marketing da AIX.

Reginaldo Rosa acrescenta que, nos dias atuais, não dá para uma organização olhar apenas para si e para o mercado em que atua. “Os problemas sociais brasileiros estão aí e cada empresa tem que colaborar como pode. Aqui na AIX criamos uma comissão de responsabilidade social e, por meio de parcerias com ONGs, empresas e Governo, estamos fazendo a nossa parte”, comemora.
Ele acrescentou que a parceria é motivo de satisfação para a AIX. “Percebemos a seriedade do trabalho. Jovens que poderiam estar nas ruas, estão aprendendo uma profissão, se familiarizando com a informática.” Essa experiência pode ser comprovada pelo digitador Vanderlei Felix de Souza, de 22 anos. Ex-aluno do curso Jovens Protagonistas para o Mundo do Trabalho, ele foi contratado pelo CRC após fazer o curso.

Um dos motivos que levou Vanderlei de Souza a participar foi a abordagem dada durante a formação. “Foi muito mais do que um curso. Nos deu base para uma entrevista para emprego e gerir pessoas”. Segundo ele, o projeto possibilita um crescimento muito grande. “É um projeto muito bom e 50% dos jovens que fizeram o curso, já estão empregados”, diz.

A responsabilidade social empresarial, que inclui as questões com o meio ambiente, também é uma preocupação constante da Associação das Empresas Brasileiras de Tecnologia da Informação de Minas Gerais (Assespro-MG). Difundir a utilização e o descarte consciente das novas tecnologias faz parte da política adotada pela entidade, que possui 170 associadas, entre elas, a AIX Sistemas.

Segundo pesquisa anual da Fundação Getúlio Vargas sobre o Mercado Brasileiro de Informática e seu Uso nas Empresas, o Brasil possui hoje um computador para cada três habitantes, ou 60 milhões de unidades em uso. Essa densidade é maior que a média mundial, de um PC para cada quatro pessoas. Ciente de sua responsabilidade diante do problema, a Assespro-MG já planeja desenvolver uma campanha. “Vamos incentivar as associadas a se conscientizarem sobre sua responsabilidade com o meio ambiente e a sustentabilidade do planeta”, ressaltou o presidente da entidade, Ian Campos Martins.

Doações e beneficiados – A gerente do CRC BH Digital, Vera Primola, conta que podem solicitar equipamentos de informática recondicionados iniciativas que visam a inclusão digital, tais como telecentros comunitários, escolas públicas e bibliotecas. “É importante lembrar que para serem atendidos, os solicitantes devem garantir, por conta própria ou por outras fontes de recursos, espaço para a instalação dos computadores, rede elétrica e lógica, acesso à internet em banda larga, além de pessoas responsáveis pela gestão e atendimento ao público”.

Segundo a gerente do CRC, Vera Lúcia Prímola, o local recebe, atualmente, cerca de mil doações por mês, advindas, principalmente, de órgãos públicos, que modernizaram sua infraestrutura computacional, e de empresas. “Mas qualquer pessoa ou empresa de todo porte pode realizar doações. Não há limite mínimo do que pode ser doado”.

Há um ano instalado no bairro Ipiranga, o CRC BH Digital conta com uma equipe de 30 pessoas. Durante esse período, foram recondicionados 3.668 computadores, que beneficiaram 103 entidades em Belo Horizonte e 39 municípios em Minas Gerais, Bahia, Ceará, Alagoas, Espírito Santo, além do Distrito Federal. Atualmente, são oferecidos os cursos Formação Profissional Mundo do Trabalho, Capacitação de Monitores de Telecentro, Capacitação de Agente de Informática Escolar, Cursos Básicos de Informatica, Montagem e Manutenção de Micro.

Quem quiser doar algum equipamento, deve levá-lo ao Centro de Recondicionamento de Computadores. Mantido pela Empresa de Informática e Informação do Município de Belo Horizonte (Prodabel), pela Prefeitura de Belo Horizonte e pela Associação Municipal de Assistência Social (Amas), o CRC BH Digial fica na rua José Clemente Pereira, 440, bairro Ipiranga. Os telefones são (31) 3277-6259/6064 e o e-mail crc.bhdigital@pbh.gov.br. Mais informações no site www.computadoresparainclusao.gov.br.

Curso mostra como reter talentos na área de TI

Júnia Leticia

Para o delineamento de uma eficiente administração de recursos humanos, as empresas estão adotando, cada vez mais, uma política de cargos e salários. Definido como um instrumento de organização e normatização das relações de trabalho entre a empresa e seus colaboradores, o plano de cargos e salários contempla uma série de alternativas que permitem administrar os funcionários de forma estimulante e competitiva, valorizando o conhecimento, a competência e o desempenho da força de trabalho.

Com o objetivo de prever, qualitativa e quantitativamente, o dimensionamento do quadro de colaboradores, e definir objetivos e atribuições inerentes a cada cargo, a Associação das Empresas Brasileiras de Tecnologia da Informação (Assespro-MG) promove, nos dias 29 e 30 de setembro, o curso Como Implantar um Plano de Cargos e Salários. A qualificação possibilitará aos participantes formular, desenvolver e estabelecer uma estrutura salarial adequada às necessidades das empresas, de acordo com seu segmento de atuação.

Para o setor de Tecnologia da Informação, o tema é de extrema relevância, porque, segundo o presidente da Assespro-MG, Ian Campos Martins, a indústria de software é extremamente dependente do talento de seus profissionais. “Isto se deve à natureza peculiar deste tipo de serviço, que envolve não apenas as habilidades técnicas de seus analistas e programadores, mas, também, e talvez até mais importante, o conhecimento sobre a área que se está programando e de suas habilidades humanas de comunicação, superação de conflitos e negociação”, acrescenta.

Uma das características fundamentais do curso é orientar os gestores sobre a importância do equilíbrio na administração de pessoas, segundo o diretor da Nortearh, Carlos Alberto Caram Farah. “É preciso haver uma relação equilibrada entre a habilitação do funcionário, o desenvolvimento de sua função, ou seja, a aplicação de seu conhecimento, o resultado para a empresa e a remuneração recebida pelo funcionário”, conta.

A gestão de cargos e salários ocupa uma posição-chave no recrutamento e manutenção dos recursos humanos, já que as empresas precisam propiciar um ambiente de motivação e produtividade, eliminando incoerências e distorções que possam causar insatisfação nas pessoas, em decorrência, muitas vezes, de desequilíbrios salariais. “Entre os benefícios da política para as organizações estão a captação de pessoas de forma mais fácil e a retenção do profissional. Além disso, o plano de cargos e salários prepara as pessoas para uma carreira”, conta Carlos Caram Farah.

Sob esse aspecto, o presidente da Assespro-MG ressalta a importância da adoção do plano de cargos e salários, especialmente por empresas de TI, considerando as peculiaridades do setor. “A indústria de software é um pouco diferente das outras, porque é baseada na qualidade do trabalho executado pelos funcionários. Por isto a satisfação deles influi diretamente na qualidade dos serviços prestados”, conta Ian Campos Martins.

Mudanças de mentalidade – O sucesso da implantação da política nas empresas envolve a transformação de mentalidade, o que muitas vezes não é uma tarefa fácil. Entretanto, o administrador de empresas, com pós-graduação em Recursos Humanos e consultor sênior da Nortearh, Ângelo Alfredo Laporte, tem percebido uma mudança com relação à forma de pensar o plano de cargos e salários. “Organizações, de todos os portes, estão perdendo muitos talentos. E com o reaquecimento do mercado, as empresas têm visto a necessidade de implantar programas de remuneração para reter os funcionários”, diz.

O presidente da Assespro confirma que na área de TI muitos profissionais migram para outras empresas por falta de uma gestão de RH. “Grandes empresas, como a Infosys, estão vindo do exterior para se instalar em Belo Horizonte e com isso, vai aumentar a demanda de mão de obra significativamente. Por isso, as empresas têm que cuidar de seus talentos, ou seja, ter uma política de remuneração que valoriza o mérito das pessoas, o que envolve a implantação de um plano de cargos e salários”, observa Ian Martins.

Atualmente, a implantação de programas de remuneração é uma necessidade. Conforme o consultor da Nortearh, hoje, só o piso da categoria não é suficiente. “Tem de ter um ‘quê’ a mais, como salários indiretos. Os empresários têm percebido que recursos humanos não é custo, mas, sim, investimento. Na medida em que são adquiridas máquinas, é preciso ter pessoas habilitadas para desenvolver a função”, completa Ângelo Alfredo Laporte.

Os temas serão abordados em seus aspectos conceituais, estimulando-se a participação e debates, consolidados com atividades individuais e em grupo. O programa do curso, que terá carga horária de 19h/a, abrange os temas O Equilíbrio da Gestão de RH, Administração de Cargos e Salários, Análise de Cargos, Avaliação de Cargos, Pesquisa Salarial, Estrutura Salarial, Política Salarial, Política de Renumeração e Plano de Carreiras.

Abrangente, os temas contemplarão as fases do planejamento de implantação e coleta de dados do plano de cargos e salários. Também serão vistos descrição, especificação e titulação de cargos, classificação por grupos ocupacionais, escolha do método de avaliação, tabulação dos dados, análise dos resultados, elaboração de relatórios comparativos, cálculo e definição da medida estatística a serem adotadas, normas para movimentações funcionais, enquadramentos salariais, reavaliação de cargos, planejamento das carreiras, entre outros.

O curso Como Implantar um Plano de Cargos e Salários será promovido pela Assespro-MG nos dias 29 e 30 de setembro, de 8h às 18h, na sede da Associação – Av. Afonso Pena, 4000/3º andar, Mangabeiras. O investimento para associados é R$ 500 e para não-associados, R$ 400. Informações: (31) 3281-4220